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Hayley sobre o Paramore: “Somos como baratas. Não morremos”

Hayley Williams WWD 2023 Alex G Harper

Em recente conversa com o portal Women’s Wear Daily (WWD), Hayley conversou sobre a pausa atual da banda entre as turnês, a volta de “Misery Business” à setlist dos shows, dos seus sentimentos na época, suas inspirações de moda e mais. Confira a matéria completa traduzida abaixo!

Hayley Williams pode ser conhecida por fazer shows com bastante energia, mas ao sentar-se do lado de fora da sua casa de Nashville enquanto as turnês estão em pausa, ela está bem tranquila.

Após um verão agitado de turnês, o Paramore está passando a maior parte do resto do ano em casa, buscando descansar e se recuperar. Os planos da Hayley incluem fogueiras com a banda na casa do baterista Zac, passar um tempo com suas irmãs e se manter discreta.

“Nesse verão, não houve muito equilíbrio. Na verdade, foi uma grande lição sobre não permitir que isso aconteça novamente”, diz Hayley. “Diria que minha norma para ter uma rotina é a terapia uma vez por semana e muitas coisas específicas pela manhã, como preparar um chá e fazer com que isso seja mais um tipo de ritual do que apenas colocar água e um saquinho dentro. Tenho feito fisioterapia e tentando endireitar meu pescoço, que está prejudicado de tanto fazer headbanging por todos esses anos. E acho que isso me conectou com o meu próprio corpo de um jeito nunca sentido antes. Então essas três coisas, poder me expressar e ter um espaço seguro para apenas processar as coisas são pontos que não fiz o suficiente enquanto estávamos fora. Realmente abandonei isso. E agora que estou em casa, estou retomando.”

ALEX G HARPER/WWD

“Já fez um ano que iniciamos o ciclo desse álbum, desde que começamos a ensaiar novamente para os shows e essas coisas”, diz Hayley. “Então essa meio que é a nossa primeira pequena pausa e estaremos compondo e tentando nos recarregar para voltar aos shows – especialmente para o próximo verão. Tivemos um longo verão.”

O próximo verão levará a banda para a Europa como parte da The Eras Tour da Taylor Swift de 2024 (“Será somente eu com um Aperol Spritz [bebida] em cada mão por todo o verão”, diz Hayley), após a banda ter sido a atração de abertura de dois shows da Taylor nesse ano. A turnê atual é em promoção do álbum “This Is Why”, lançado em fevereiro, após 6 anos.

O Paramore se formou em 2004, e Hayley talvez seja quem mais se choque com o fato de eles estarem na ativa até hoje, e tão relevantes como sempre.

Dado o quão influente é “Misery Business” hoje, é chocante lembrar que foi lançada há mais de 15 anos, em 2007. O pop punk teve um grande ressurgimento nos anos mais recentes, o que significa que o Paramore de 2023 ainda está apresentando seus hits do começo dos anos 2000.

“Nós aposentamos ‘Misery Business’ por alguns anos, e aconteceu de ser no pouco período que tiramos uma folga. E então, quando voltamos, havia esse grande ressurgimento daquela era da música”, diz Hayley. “E ficamos tipo, se não dermos isso a eles, então o que estamos fazendo? E acho que o que nos faz nos sentir melhores após trazermos a música de volta de um jeito nostálgico é que não estamos naquilo. Felizmente, quem vêm aos nossos shows também está empolgado pelas novas músicas, e nunca há um momento de tédio na apresentação, o que às vezes pode acontecer. Às vezes você vai ver sua banda favorita e só quer ouvir as músicas que cresceu ouvindo. E em todo show eu digo ao nosso público: muito obrigada a todos por amarem as músicas novas, mas também por crescerem conosco. Porque as pessoas não necessariamente querem todas as noites ler o diário de quando tinham 17 anos e pronto. Aos 34, não me sinto como se estivesse escrevendo ‘Misery Business’.”

Aos 34, Hayley sente que é uma artista completamente diferente de quando era adolescente; quando o grupo começou, ela era uma das únicas mulheres em um mar de homens metaleiros, e como uma jovem de 17 anos naquele espaço, sentiu que precisou criar uma armadura para si mesma.

“Eu criei uma versão bem hard-core de mim mesma. E agora me sinto mais suave e aberta, e por causa disso, sinto-me com permissão para ser mais eu. É bom porque eu acredito que nossa banda sempre defendeu que as pessoas tivessem sua própria singularidade, sendo diferente ou um espaço para aqueles que se sentiam excluídos de alguma forma. Isso foi importante para nós.”, ela diz. “Mas é interessante porque naquela época, sendo adolescente, não sinto que estava completamente presente em mim mesma, porque era assustador. O mundo é assustador, você está nos seus 17 e está fazendo aquele monte de novas coisas pela primeira vez na frente do mundo todo. E acho que agora é fácil estar em qualquer lugar que eu esteja, sem sentir que preciso me inflar e ser durona para superar algo.”

Sua abordagem de moda no palco também passou por uma transformação, e na turnê atual, ela quis contrastar a ‘ansiedade’ do álbum com peças e silhuetas mais femininas. Suas décadas favoritas da moda são os anos 60 e 70, então se inspirou no estilo de pessoas como Jane Asher e Debbie Harry.

“Sempre vamos nos inspirar em Debbie, porque ela também usou silhuetas bem femininas, mas com uma dureza legal. E acho que com onde estamos cultural e politicamente, quis refletir um tempo que, por tudo que já li sobre e por tudo que sei, era semelhante”, diz Hayley. “Houve muita luta pelos direitos que deveriam ser direitos humanos básicos. Acho que ao pensar em todas essas coisas só concluí que seria a persona ou personagem certa para o álbum, sendo bastante raivosa enquanto uso Mary Janes e uma minissaia bem curtinha.”

A nostalgia, sendo em inspirações de moda ou nas reações do público, está em toda a turnê do Paramore. Agora que ela está em casa, com um tempo para respirar, Hayley está se sentindo reflexiva.

ALEX G HARPER/WWD

“De vez em quando, tocamos uma música e eu realmente fico presente, não apenas no sentido de estar com as pessoas, mas realmente ouvindo as letras, pensando tipo “meu Deus, nem acredito que escrevi isso.” Lembro de estarmos tocando “Misguided Ghosts”, que está no nosso terceiro álbum, e é uma das minhas favoritas porque penso que ela reflete o tipo de música que estávamos ouvindo no nosso momento acústico. E estávamos tocando-a em algum lugar, e foi a primeira vez em tempos que realmente prestei atenção no que eu estava dizendo, e foi tão emocionante”, ela diz. “Foi tipo, “cara, passamos por tanta coisa como banda. Poderíamos nem estar mais aqui. Não há razão para ainda estarmos aqui.” Brinco o tempo todo que somos igual baratas. Simplesmente não morremos. Sou tão grata.”

Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR

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