Hayley Williams é diretora musical de março da Harper’s Bazaar
Por em 22 de fevereiro de 2023

Hayley é a diretora musical do mês de março da revista Harper’s Bazaar e criou uma playlist para a edição com artistas que a influenciam criativamente. Leia a reportagem/entrevista de Williams onde ela fala sobre as influências para o álbum This Is Why:

Hayley Williams é a nossa diretora musical da edição de março de 2023

Para a nossa edição de legado, a vocalista do Paramore compartilha uma seleção de músicas que ela admira, seja por suas letras impactantes e/ou por seus instrumentais icônicos.

Em fevereiro, a banda de pop-punk e ganhadora do Grammy lançou o seu sexto álbum de estúdio, This Is Why, após uma pausa de seis anos. Explorando temas urgentes como a ansiedade, os ciclos das notícias e a guerra na Ucrânia, o projeto recorre à mesma energia sônica de bandas do meado dos anos 2000, como Bloc Party, Foals, The Hives e Franz Ferdinand, que tiveram forte influência sobre o Paramore. “Estávamos sentindo um pouco nostálgicos e, conforme aquele sentimento crescia, percebemos: ‘Oh, existem novas formas de se fazer isso’”, diz Williams, reinterpretando o som da era. “As referências e influências são claras, mas nos alivia saber que ainda soa como o Paramore”.

Formada em 2004, a banda agora é composta por Williams, pelo guitarrista Taylor York e pelo baterista Zac Farro, que começaram a tocar juntos ainda no ensino médio. Receosos pela reputação que as bandas de rock n’ roll têm em acabarem se separando, permanecerem amigos era tão, se não mais importante que fazer músicas juntos. “A banda não seria a mesma coisa sem nós três – nos conhecemos quando tínhamos 12 anos, crescemos e passamos pelas mesmas dores juntos”.

Proteger a amizade significou fazer uma extensa pausa após o lançamento do After Laughter, em 2017. York disse aos outros sobre a sua necessidade de passar um tempo longe e, ultimamente, a banda decidiu fazer uma pausa juntos. “Nós tínhamos um álbum número um e ganhamos um Grammy (pelo nosso álbum autointitulado, em 2013), mas estávamos tão estressados e tão esgotados”, relembra Williams, notando que, naquela época, eles estavam fazendo turnês, de maneira consistente, por cerca de 15 anos. “Existia esse pressentimento coletivo de que nós precisávamos apenas nos relacionar como amigos novamente”, ela continua. “Fazer uma pausa nos possibilitou a crescer além do que poderíamos na frente de todo o mundo”.
Durante a pausa da banda, Williams gravou dois álbuns solo: Petals for Armor (2020) e Flowers for Vases/Descansos (2021) e continuou expandindo a sua companhia de tinturas para cabelos Good Dye Young, com o seu cabelereiro e amigo de longa data Brian O’Connor. No ano passado, os dois inauguraram um espaço físico chamado Fruits Hair Lab, em Nashville, especializado em trabalhos de tintura caleidoscópica. “Os cabelos trazem empoderamento, pois enquanto crescia eu não me sentia uma criança descolada”, diz Williams, que assistia à MTV para tentar imitar os looks de artistas como Aaliyah, Missy Elliot e Gwen Stefani. “Eu gostava de qualquer pessoa que pudesse se parecer um pouco esquisita, pois sou de uma pequena cidade e ninguém era daquele jeito”. Conforme ela foi crescendo, Williams passou a mudar os cabelos flamejantes, a sua marca registrada, em tempos de crises emocionais, como términos e grandes mudanças pelo país. “Eu mudei o meu cabelo ao ponto de ter de cortar partes dele, pois não conseguia parar”, ela diz. “Eu acho que irá continuar mudando até, eu não sei…”.
Em março, a banda irá à Lima, no Peru, para o primeiro show de sua turnê de 2023, a qual, ao lado de Bloc Party, Foals e Genesis Owusu, irá contar com o grupo The Linda Lindas, que, fazendo jus à tradição punk, tem repercutido por suas letras ferozmente feministas e pelo som mais cru. Para Williams, que era uma adolescente quando o Paramore atingiu o estrelato, em 2007, com o álbum Riot!, ver jovens mulheres entrarem na cena musical e terem controle sobre a mensagem que querem passar, como querem soar e o que querem representar tem sido incrivelmente gratificante. “Sempre haverá pessoas derrotistas e trolls malditos, mas, na maior parte dos casos, você poderá ver bandas como The Linda Lindas lançando músicas que são politicamente impactantes e significativas e as pessoas realmente querem ouvi-las”, ela explica, citando também Momma, Wet Leg e Dry Cleaning como outras bandas de punk lideradas por mulheres que surgiram recentemente. “Eu me sinto orgulhosa ao ver jovens garotas e jovens crianças queer entrando nessa indústria, pois as vejo quebrando barreiras que eu sequer sabia que existiam”.

A própria Williams teve um papel significativo para as suas predecessoras nessa mudança da indústria musical, mas ela continua humilde pelo fato de que novas e velhas audiências continuam apoiando o Paramore com tamanha convicção. “Eu não espero isso”, ela diz sobre a longevidade da banda. “Ainda estou vivendo aquele sonho que começamos quando éramos adolescentes”.

Para a nossa edição de março, Williams participou da curatela de uma playlist sobre o tema legado, escolhendo canções por suas letras impactantes e sons icônicos. Além de “I’ll Call B4 I Cum” de Outkast (com participação do finado rapper Gangsta Boo), ela incluiu músicas como “Mystery”, da banda Turnstile e a balada “It’s Not Up to You”, de Björk, em sua era Vespertine. “Björk é uma lenda”, diz Williams. “Ela é o equilíbrio perfeito entre uma cantora comovente que canta sob a ótica do punk”

Clique aqui para ouvir a playlist.

Tradução Equipe Paramore BR | Fonte.

Categorias: #Entrevista  #Hayley Williams