Hayley Williams é entrevistada por Elton John na Apple Music
Por em 18 de julho de 2020

Hayley Williams foi a convidada do novo episódio do Rocket Hour, programa do Elton John na Apple Music. A vocalista teve a oportunidade de ser entrevistada por Elton e comentar sobre alguns aspectos de sua vida e carreira. Na entrevista, Elton John ainda elogiou o “Petals For Armor” e revelou ser um dos seus álbuns favoritos do ano. Confira a tradução da entrevista completa abaixo!

Elton John:  Agora estou pronto pra ligar para a Hayley Williams em Nashville, vamos lá.

[discando]

Hayley: Hey!

E: Oi, Hayley!

H: Como você tá? É tão bom te conhecer!

E: Olha, muito obrigado por fazer isso. A gente tem tentado te trazer pro programa desde que você lançou Petals For Armor.

H: Oh, obrigada!

E: E é um ótimo disco! Eu sou um grande fã seu desde que o Paramore começou e eu nunca te conheci, e te conhecer estava na minha lista de desejos, mas agora estamos fazendo o mais perto disso possível, que é falar por Facetime. Me fale sobre esse álbum, porque você decidiu fazer um álbum solo?

H: Na verdade meio que só aconteceu, quase como um acidente. Eu sei que soa bobo, mas… No Paramore a gente estava em turnê e todas essas coisas desde os 15 anos, e eu tenho 31 agora, e nós três decidimos tirar uma folga. Eu vim pra casa, passei por um divórcio, passei por grandes reviravoltas na vida enquanto fazíamos o After Laughter... Então chegar em casa e ter um tempo pela primeira vez desde adolescente foi como ter sido atropelada por um caminhão. Eu tive que lidar com a vida real de novo, sabe, e eu acho que o único jeito de fazer isso pra pessoas criativas é, muitas vezes, colocar isso à sua frente e escrever. Então, mais uma vez, escrever me salvou e eu senti que o certo era fazer disso uma entidade própria.

E: Bom, tem muito da sua alma nesse álbum e muito da sua vida, o que você tem passado. Mas, é, 16 anos… Você começou no Paramore aos 15, né?

H: Sim…

E: Uau, meu Deus. É, você é uma veterana! Como é pra você ser uma veterana aos 31 anos? Meu Deus, é absurdo!

H: [Risos]

E: Eu tenho certeza que você amaria sair em turnê com esse álbum porque tem tantas músicas ótimas pra se tocar ao vivo e, claro, com o COVID-19, todos nós estamos presos em casa atrás dos nossos computadores e, sabe… É o que é. É um álbum cheio de músicas que soariam incríveis ao vivo e eu espero que você consiga fazer uns shows pra promover isso quando for o momento certo.

H: Oh, meu Deus, eu também. Eu amo a banda que eu tinha formado, eu estava tão animada. Um dos caras do Paramore, nosso baixista, toca comigo, mas a gente tinha montado uma equipe tão legal e eu já sinto saudades de tocar com eles.

E: Vocês gravaram o álbum em Nashville?

H: Sim, a gente fez praticamente tudo aqui e então fomos para LA onde o nosso engenheiro de som mora, em Eagle Rock [bairro], e a gente meio que finalizou lá, sabe, meio que os últimos ajustes.

E: A cobertura do bolo.

H: Sim! Sim.

E: Nós temos tocado algumas faixas do seu álbum desde que foi lançado. O que você espera que seu álbum diga para as pessoas? Sua jornada pessoal, tem muito disso no álbum. O que você diz para as pessoas que estão ouvindo este álbum? Esta é você, certo? Esta é você aos 31 anos.

H: Sim, sim. Cara, é uma grande questão porque a vida não para, mesmo quando você escreve, você está colocando algo que está passando ou talvez uma visão sua em retrospecto, mas você ainda está indo pra frente, certo? Então muitas das coisas que eu estava escrevendo sobre, meio que já evoluíram e se distorceram, algumas delas distorceram sobre si mesmas, algumas delas talvez se expandiram. Eu acho que, realmente aos 31 anos, só agora eu estou aprendendo a romantizar a mim mesma. E eu acho que isso é algo subestimado. E agora nós estamos todos presos dentro de casa, muitos de nós, e você está só com seus pensamentos e o seu ser. Então aprender a desacelerar e pensar sobre o que me faz sentir e o que me faz escutar música, ou o que faz eu me sentir dentro de uma cena de filme. Eu acho que o romantismo é uma grande parte disso pra mim. E é difícil equilibrar a desolação da realidade com o romance e eu estou tentando fazer isso todo dia.

E: Soa como o processo de fazer e a preparação desse álbum foi quase como uma epifania para você.

H: Sim, com certeza foi. Sim. Mas aconteceu vagarosamente em pequenas partes. Foram muitas epifanias que tiveram um efeito-dominó.

E: Sim. Bom, fico feliz. Você parece estar em um lugar muito bom.

H: Obrigada!

E: Leva um tempo para você entender algumas coisas na vida. Eu precisei chegar aos 43 pra começar a entender que eu precisava mudar e eu precisava seguir uma nova direção e pensar no que eu tinha passado. O fato de você estar fazendo isso aos 31 anos vai te levar a um ótimo lugar. A lírica nesse álbum é tão bonita, e é bem crua, e é muito emocionante, e é definitivamente um dos meus álbuns favoritos desse ano. Então eu realmente queria te agradecer por fazer isso. E, sabe, eu sou um grande fã seu, um grande fã! O último álbum do Paramore foi um dos melhores daquele ano, digo, é apenas brilhante. E você estar aparecendo e fazendo álbum solo agora e, sabe, colocar você à vista e no risco agora é uma boa notícia pra qualquer um que ama música boa. E, então, eu quero te agradecer por fazer essa entrevista e espero um dia te conhecer e te dar um dos maiores abraços quando todo esse caos acabar. Nós vamos tocar “Simmer” agora, que é talvez uma das minhas favoritas do álbum. Obrigada por se juntar a gente em um horário tão cedo assim. Te amo.

H: Oh, Deus, muito obrigada! Feliz mês do orgulho LGBTQIA+! Eu amo você e sua música.

E: Obrigado.

Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR