O site The Line of Best Fit publicou um review sobre o novo álbum da banda, “After Laughter”. Confira a tradução na íntegra:
Paramore afasta de suas raízes e entrega um dos melhores álbuns pop do ano.
Desde o álbum auto-intitulado, tem sido claro que o Paramore está se distanciando de suas raízes pop-punk.
Em seu quinto lançamento, “After Laughter”, finalmente aconteceu. Uma vez que a febre emo sem valor foi extinta, a banda abraçou completamente o power-pop amigável das tabelas de sucesso, e estas faixas estão recheadas de floreios tropicais, trocando as guitarras espinhosas por sintetizadores. O single “Hard Times” é tão alegre e jovial como um passeio em um conversível com a capota abaixada, pelo céu azul e palmeiras balançando, completada por um refrão funk pop capaz de preencher arenas inteiras e que parece ter sido retirado diretamente dos anos 80, em uma das músicas do Duran Duran. Os tons trêmulos da guitarra em “Forgiveness” lembram a música “Everybody Wants To Rule The World”, do Tears For Fears, e a pegajosa “Rose-Colored Boy” brinca na mesma festa da piscina da ensolarada “Forever”, do Haim. “Pool” incorpora de verdade aquilo que parece um jingle de uma van de sorvete.
Enquanto a alegria parece ter sido tecida por todo o álbum, a trajetória ascendente do Paramore foi acompanhada de tensões internas e altercações legais. Em 2010, o guitarrista Josh Farro e seu irmão, o baterista Zac, membros fundadores da banda, deixaram a banda de maneira amarga, chegando a publicar em um blog acusações de a banda ser “um produto manufaturado por uma grande gravadora”, nada mais que um projeto apenas por vaidade da cantora Hayley Williams e seu cabelo flamejante. Em 2015, o baixista original Jeremy Davis também saiu, envolvendo-se em uma disputa judicial sobre royalties, que ainda está em andamento. Sete anos depois de sua saída, os fãs ficaram felizes ao saber que Zac está de volta, mas ainda assim um senso de tristeza atravessa aquela fachada alegre do “After Laughter”, mostrando que não existe uma camada de açúcar nas letras, que lidam de maneira franca com a saúde mental. “Tudo o que eu quero é acordar bem”, canta Hayley em “Hard Times”, enquanto mais tarde ela suspira: “Eu venho fazendo um bom trabalho em fazê-los acreditar que eu esteja bem”, em “Fake Happy”, um hino para os tempos modernos, onde muitas vezes a vida acontece através dos filtros de Instagram. “Ninguém me vê quando eu rastejo de volta para as profundezas. Se eu sorrir com os meus dentes, eu aposto que você acreditará em mim”.
Despido de toda aquela angústia adolescente, apesar de todos os ganchos ensolarados, “After Laughter” é um álbum profundo e que tem muito a dizer. É facilmente o mais honesto e maduro que o Paramore já soou e também, provavelmente, um dos melhores álbuns pop que você ouvirá neste ano.
Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR | Fonte