Pitchfork analisa “Hard Times”, novo single do Paramore
Por em 23 de abril de 2017

“Enquanto o Paramore se move confortavelmente na pele do pop, o emo ainda corre em seu sistema nervoso central”, apontou Pitchfork em sua análise de “Hard Times”, single recém lançado pela banda e que faz parte do seu novo álbum “After Laughter”, com estreia prevista para maio. Leia a tradução da análise completa:

Quando eles se formaram em 2004, no que parece ser um universo alternativo ao de agora, Paramore era uma banda de rock. No final dos anos 2000, eles produziram um tipo de emo com bastante brilho para poder fluir bem nos charts pop. Eventualmente a sua música começou a consumir o pop, mas por ângulos pouco usuais; o single de 2014 “Ain’t it fun” constrói uma espécie de diagonal, um ritmo funk que soa como concebido pela memória de alguém sobre hits da Paula Abdul ou Janet Jackson, moldado para a máxima dançabilidade. Depois de três anos de abstinência, o Paramore voltou essa semana, e eles se remodelaram um pouco – sem o baixista Jeremy Davis e com a volta do baterista e fundador Zac Farro – mas eles ainda conduzem uma consistência fluorescente, se sentindo, às vezes, menos como uma banda de rock séria do que um deslocamento de um cubo mágico. Para o seu novo single, “Hard Times,” eles estão de volta para os ritmos vintages dos que presentes em “Ain’t it fun,” mas a nova música se desdobra em um contexto menos obviamente conectado com o rock e ainda mais distante do emo.

É uma simulação deliberada dos anos 1980 – uma era de uma música pop poliglota, onde o rock poderia se achar incorporado ao pop e vice e versa. Ainda “Hard Times” não soa como se tivesse sido exumado do passado; se rende aos anos 80 como se seus arquitetos primários fossem Lindsey Buckingham e Tina Weymouth – os versos de guitarra curtos e espetados de Taylor York esculpiram a canção em triângulos brilhantes, e a bateria de Farro ondula pela canção como se fossem tirados de uma canção de Exposé. Acima de toda essa extática superfície, Hayley Williams canta em um dramático contraponto: “All that I want /Is a hole in the ground/You can tell me when it’s all right/For me to come out.” É a descrição formal de como a depressão pode se ramificar e florescer através de um jardim brilhante. Enquanto o Paramore se move confortavelmente na pele do pop, o emo ainda corre em seu sistema nervoso central.

Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR | Fonte

Categorias: #After Laughter  #Artigos