Zac recentemente deu uma entrevista ao The Line Of Best Fit na qual foi questionado sobre sua banda HalfNoise, a volta ao Paramore e sobre o quinto álbum de estúdio da banda, que gravou as baterias. Leia traduzido:
Lançando seu novo EP e voltando à sua antiga banda, a vida está um verdadeiro redemoinho para o HalfNoise.
“Desculpa, não sei falar pouco” Zac Farro ri. “Tenho um dicionário de respostas”. Com certeza, se tem algo que não lhe falta, são palavras. Lançando um EP sob seu apelido, HalfNoise, o músico e ex-Paramore se depara com um mundo de possibilidades a seus o pés – e ainda são 11 da manhã. “Estou apenas começando meu dia aqui em Nashville” diz sorridente. “Eu acordo tarde”.
O descanso é merecido. Nos últimos 6 meses, Farro lançou um álbum da HalfNoise, fez uma turnê pelos EUA e Reino Unido, voltou ao Paramore para o novo disco da banda e está prestes a lançar um novo EP da HalfNoise. Só de pensar, ficamos cansados, mas a energia do músico não está nem longe de acabar. Com o EP The Velvet Face saindo, Farro tirou um tempo para conversar conosco sobre tudo.
A última vez que te vimos foi no nosso Best Fit Forecast, quando tocou seu primeiro show em Londres. Como foi?
Sim! Muito divertido. Foi irado fazer parte daquilo – o festival. Todos foram legais comigo. Estávamos abrindo para o Charlotte Church. É sempre bom estar diante pessoas que não conhecem sua música. Foi interessante. Tocamos outro show em Londres, só nosso, e ficamos mais tranquilos. Uma ótima experiência.
O que tem feito desde lá?
2016 foi um ano louco. Lançamos o Sudden Feeling – isso foi o principal. Enquanto isso, meus antigos colegas de banda me pediram pra tocar bateria em seu quinto álbum – eles também amam meu trabalho com HalfNoise. Obviamente, parece uma grande missão, mas tem sido incrível. Tive um tempo livre sem turnê do HalfNoise então fui tocar com eles e reconectar nossa amizade, correu tudo muito bem, sair juntos e tudo mais. Foi então que eles me pediram pra voltar à banda.
Claro, me juntar ao Paramore quer dizer que haverá turnês, vídeos e lançamento de álbum. E sei que meu coração está também no meu projeto (HalfNoise). Não quero que pensem que vou abandonar esses 6 anos de projeto só porque estou de volta ao Paramore. Ele me permite ser livre e criativo. Inclusive estava compondo durante meu tempo de estúdio com o Paramore. Uso meu tempo sozinho para fazer minha música.
Já faz 6 meses desde o lançamento do Sudden Feeling. Como foi a repercussão?
Não sabia o que esperar. Tenho trabalhado sozinho no HalfNoise já tem tempo – com ajuda dos produtores e tudo mais. Gravei EPs, compus músicas mas até Sudden Feeling eu não tinha me soltado. Meus dois managers são incríveis, eles trouxeram a equipe para me ajudar. Sou grato demais por isso. Foi legal ver um time se formar pela HalfNoise e me expor para as pessoas.
Quando começou a trabalhar no novo EP?
Começando o ano, eu e meu manager conversamos. Ele disse “Depois dessa turnê no Reino Unido, você vai ter um monte de coisa do Paramore para fazer… Acho que você deveria gravar um EP”. Achei que ele queria que eu gravasse agora em março, mas ele completou “Semana que vem, pode começar”. E fez sentido, eu já tinha músicas escritas. Escolhi 5 delas e tudo correu como esperado.
Foi uma loucura, meus trabalhos triplicaram. Trouxe vários amigos ao estúdio. Tivemos muita diversão em dezembro, perto do feriado. Todos vieram e tocaram no meu EP, me ajudaram. Fiquei muito animado com o resultado. Quero que as pessoas sintam que sou apaixonado por esse trabalho. Tenho intenções de continuar com ele enquanto estou no Paramore.
Você anunciou seu EP lançando French Class. O que te inspirou?
Meu amigo Tony – ele já tocou comigo e apareceu em um clipe tocando bongos… é um bom ator. Ele ama estar na câmera. Pedi que ele estivesse no vídeo de Know The Feeling, que foi nosso primeiro single do Sudden Feeling. Quando ele apareceu, todo mundo ficou extasiado – ele foi fantástico. Então pensei “Quero ele dirigindo e patinando no meu próximo clipe”. Ele é um ótimo patinador. Era esse o conceito; ficou do jeito que eu queria!
HalfNoise tem um visual padrão muito forte – qual a importância disso no projeto?
É tudo. Sou fã de músicas e filmes antigos. Amo fotografia. Quando estava fazendo o álbum com o Paramore, fiquei em LA por 1 mês, documentando a viagem. Sou uma pessoa muito visual. É importante. Quando escutar a música novamente, ou quando vir o clipe, você vai perceber as coisas de outra forma. Vai pensar nas cores e no visual. É isso que eu sempre gostei. Tento manter isso com o HalfNoise. Gosto de coordenar tudo, desde uma foto até a arte. O visual enaltece a música.
O que devemos esperar do The Velvet Face EP?
É um pequeno álbum. Tem muitos elementos… dimensões. É pessoal e profundo, espero que sintam isso também. Acho que a faixa de abertura é uma das mais leves. Tudo começou com uma piada no estúdio do Paramore e prometi a eles que eu escreveria uma canção sobre aquela piada! É uma das minhas favoritas – ela representa um dos lados do EP e a minha personalidade. Gosto de fazer as pessoas rirem; é uma das coisas que mais gosto de fazer.
Dito isso, o EP conta com As U Wave que é uma das músicas mais intensas, para mim. Na mesma linha, o EP é sobre um término que tive e o sofrimento que veio com ele. São dois mundos coexistindo dentro desse EP. São as canções mais sinceras que já escrevi, além de ter sido muito difícil de cantá-las no estúdio. Dei tudo de mim nesse EP. Me olhava no espelho e enxergava esse lado mais leve de mim em contraste com a dor e a tristeza do que passei. De uma certa forma, é um autorretrato.
O que espera desse lançamento?
Ele já vem ganhando muita atenção e ainda nem saiu! É bem legal. Eu quis mostrar um outro lado da banda. Com o CD, usamos muitas baterias eletrônicas e sintetizadores. Na composição desse EP, eu tive influências de coisas mais antigas como The Velvet Underground, The Kinks, The Beatles… Amo como essas músicas eram diretas. É simples de digerir. Sinto que hoje, se as canções são muito barulhentas, fica muito denso. Eu quis dar uma leveza.
Também estou contente que as pessoas vão ouvir o trabalho novo da banda. Não faço ideia de quando terei tempo de voltar ao estúdio novamente, por causa do Paramore. Espero que muita gente ouça. Coloquei minha alma nele, mesmo depois de achar que não tinha sobrado nada dentro de mim depois de passar um ano com o Paramore no estúdio, fazendo turnê e tudo mais. Esse EP é especial para mim. Quero que as pessoas se conectem a ele.
Com o álbum do Paramore quase pronto, como você lida com os dois projetos?
Nunca fiz muitas turnês com a HalfNoise. Amo turnês e tocar, essa oportunidade com o Paramore me ajudou a manter esse ritmo. Por enquanto, está tudo sob controle… temos uma boa equipe. Se eu estivesse fazendo tudo sozinho, não daria certo. Ter infraestrutura é a chave.
Como é tocar com o Paramore novamente?
No HalfNoise eu toco pouca bateria, na maior parte do tempo, sou o líder da banda. Comecei com 9 anos e quando eu tinha 13, já tocava com o Paramore. É algo que sempre fiz. É irado e estranho, mas é familiar… é uma enorme parte de mim. A maioria das pessoas não tem uma segunda chance – em amizades, muito menos na carreira musical.
Como está sendo ver essa empolgação com a sua volta?
É meio assustador! Queremos muito que as pessoas gostem do disco… Não tenho dúvidas que isso vai acontecer. É meu álbum favorito da banda até agora, dos que eu fiz parte. Os fãs do Paramore são uns dos mais dedicados que eu já vi, vê-los nessa animação é… na verdade, eles sempre foram assim. Adoro que eles continuam assim, apaixonados e do nosso lado.
O que tem por vir?
Está finalizado. Estamos vendo a logística de lançamento agora. Com HalfNoise sou só eu e mais dois managers, mas com o Paramore… É uma banda conhecida mundialmente. Têm muitos “chefes na cozinha” e arrumar tudo isso… o objetivo é lançar esse ano, mas não posso dizer muito ainda, as coisas mudam demais. Mas o álbum está finalizado.
O EP The Velvet Face será lançado pela Congrats [gravadora] dia 24 de março.
Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR
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