“Se aprendemos alguma coisa, é que essa mulher nunca desiste!” diz o We Plug Good Music sobre Hayley
Por em 8 de fevereiro de 2016

O site We Plug Good Music escreveu uma matéria sobre a trajetória da banda, falando sobre seus maiores sucessos, da ascensão e do futuro. Confira:

É raro encontrar uma banda popular e decente comandada por uma mulher em 2016 – e eu não estou contando Zooey Deschanel e M. Ward’s com a dupla subestimada She&Him. A nossa indústria musical sexista não tem espaço para mulheres que querem atingir o coração das pessoas, a não ser que elas vistam roupas provocantes e não tenham personalidade própria. Só que, para isso, elas obviamente não precisam de uma banda.

Mas, de vez em quando, algumas mulheres deixam o seu talento falar por si, seja seguindo uma carreira solo ou à frente de uma banda. São poucos os casos em que isso acontece, principalmente as que têm uma banda. Porém, ao longo desses dez anos, houve um exemplo que me convenceu de que uma banda liderada por uma mulher pode ser, de fato, bem sucedida se a artista for extremamente talentosa e, basicamente… “badass”.

Eu estou falando sobre o Paramore e a sua “super-mulher”, Hayley Williams. Eles anunciaram recentemente que Jeremy Davis saiu da banda, se juntando aos outros dois membros que disseram adeus há cinco anos: os irmãos Farro. E enquanto o Paramore já prometeu continuar com as suas ‘duas-peças’, eu quero saber se a personalidade dinâmica da Hayley Williams é o suficiente para a banda sobreviver. Analisando: a Hayley é a cola que mantém tudo em conjunto ou o Paramore é mesmo especial?

Voltemos ao início. Hayley tinha apenas 13 anos quando formou a banda com Jeremy Davis, Zac e Josh Farro e Jason Bynum – que logo seria substituído por Hunter Lamb, que por sua vez, foi substituído por Taylor York. A Atlantic Records, gravadora com a qual Hayley tinha contrato, queria que ela seguisse carreira solo como cantora pop, mas seu sonho era fazer parte de uma banda na qual ela pudesse fazer musica com seus amigos, passando longe do estereótipo de princesa do pop.

Então, em 2005, o Paramore assinou com a mesma gravadora, juntamente ao selo Fueled By Ramen, o que foi a entrada da banda para o sucesso no gênero pop punk. Enquanto gravavam seu álbum de estreia, o baixista Jeremy deixou a banda por motivos pessoais e esse acabou sendo o tema do “All We Know Is Falling”. Por sorte, Davis concordou em voltar após 5 meses e a banda começou a ser notada com seus singles “Emergency” e “Pressure”.

Mas só foi em 2007, depois de Taylor York se juntar à banda, com o álbum “Riot!” que a banda se mostrou mais forte do que nunca e pronta para liderar a cena pop punk tendo à frente uma cantora que surpreendeu facilmente os incrédulos. Williams lembra uma versão um pouco mais punk, talvez mais legal e ainda mais rebelde da Gwen Stefani nos anos 90. E sinceramente, quem poderia dizer que não?

Porém, a banda não é só Hayley Williams, mesmo que os “haters” digam que o sucesso se deve a ela. Muito pelo contrario, o “Riot!”, como músicas como “That’s What You Get”, “Misery Business” e “For a Pessimist, I’m Pretty Optimistic” provaram ser obras-primas do pop punk; hinos para qualquer adolescente rebelde, principalmente garotas, que rapidamente idolatraram a ruivinha que cantava sobre amor de uma forma nada convencional. “Let The Flames Begin” e “We Are Broken” apontaram que esse disco tinha emoção e alma, com ou sem Hayley; Mas é claro que seus vocais fantásticos ajudaram.

Depois do sucesso de The Final Riot! (também gravado em DVD) e a gravação de Decode para a trilha sonora de Crepúsculo em 2008, o Paramore estava pronto para o próximo passo. As pessoas estavam começando a perceber quão diferente era a banda. Algumas viam o Paramore como “banda de uma pessoa só”, devido ao foco que a mídia dava na vocalista, deixando os outros membros da banda em segundo plano. Williams, de qualquer forma, recusou-se a roubar toda a atenção. Em 2007, ela chegou perto de acusar a revista Kerrang! de focar apenas nela na capa que eles fizeram do Paramore. “Nós não precisamos dessa capa”, ela disse. “Desculpa se isso ofende alguém da Kerrang!, mas eu não acho que tinha nenhuma verdade naquele artigo”.

Com essa mesma noção de união, a banda começou a gravar o seu terceiro álbum de estúdio, o “Brand New Eyes”. O álbum reforçava que eles não eram mais crianças, ficando evidente em faixas como “Playing God” e “Brick by Boring Brick”, ou testamentos destemidos, como em “Careful”, “Ignorance”, “Turn It Off” e “All I Wanted”. No meio desse conflito todo, a banda encontrou um espaço para agradecer os fãs com a otimista “Looking Up” e “Where The Lines Overlap”.

Infelizmente, mesmo que eles quisessem calar algumas bocas, nem tudo era perfeito. Depois de turnês para promover o álbum, Josh e Zac Farro anunciaram que estavam deixando a banda em 2010. Enquanto os rumores de tensão entre os colegas de banda se espalhavam, Josh reforçou a ideia quando disse que a banda era “um produto manufaturado de uma grande gravadora” e que os membros estavam apenas “andando na beirada dos sonhos da Hayley“. Ai.

Os outros membros da banda decidiram conceder entrevista para a MTV em Janeiro de 2011 para deixar tudo claro, mas, naquela altura, grande parte dos fãs já havia desaparecido. Os irmãos Farro eram membros há muito tempo do Paramore e muitos fãs estavam bravos com Williams, seguindo o que Josh disse. Mesmo tendo perdido dois de seus integrantes, ela anunciou que continuaria com a banda.

Honestamente, o álbum de retorno da banda não poderia ser mais espetacular. Com “Monster” servindo como ponte entre os álbuns (e trilha sonora de Transformers) em 2011, os fãs se convenceram de que a banda continuaria. E assim foi. Após 2 anos, o álbum homônimo, tem pouca semelhança com o material anterior da banda. “Paramore” é audacioso e poderoso… até um pouco gospel, por vezes! É, definitivamente, um dos álbuns mais bem escritos da banda. Rebatendo a crítica – e ainda mais os antigos membros da banda – faixas como “Now”, “Grow Up” e “Moving On” dão a entender que o álbum foi lançado apenas para irritar ou simplesmente mostrar que o Paramore sobreviveu.

Contudo, “Still Into You”, “Last Hope”, “Proof” e a vencedora do Grammy “Ain’t it Fun” provaram mais uma vez que o talento não deve ser escondido e contido. O álbum é uma mistura de tudo em uma coisa só e mesmo assim consegue ser lindo, consistente e atrevido.

Tudo estava correndo bem, até um mês atrás, quando Jeremy Davis anunciou que estava deixando a banda. Essa saída não significava mágoas, apenas nostalgia e respeito em relação a Williams e York. De qualquer forma, uma pergunta é agora mais relevante do que nunca: o Paramore poderia se dar ao luxo de perder outro membro? Caso você esteja pensando, a banda não irá parar de fazer música ainda. E se a Hayley parecer meio chata – ou como Celine Dion – quando ela diz que o Paramore vai continuar com apenas dois membros, então, me desculpe, você não deveria estar surpreso. Se aprendemos alguma coisa, é que essa mulher nunca desiste!

Apenas há alguns dias, ela anunciou que já começou a trabalhar no próximo álbum com York. Isso é uma volta interessante devido aos acontecimentos e ninguém consegue realmente prever o que o Paramore vai ser enquanto com apenas dois membros; Depois de tudo, o conceito da banda sempre funciona. E novamente, é sobre os vocais de Hayley Williams que estamos falando; É estranho falar, mas tenho certeza que a Hayley sobrevive sem o Paramore, mesmo que o Paramore não sobreviva sem ela. É ótimo saber que ela continua com a banda, seguindo seu sonho punk, aconteça o que acontecer.

Fonte.
Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR

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