Hayley entrevista Best Coast para a revista Magnet
Por em 7 de junho de 2015

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Recentemente, Hayley foi convidada para fazer uma entrevista com a dupla Best Coast, da qual é amiga, para a revista Magnet. A revista disponibilizou, em seu site, um trecho da entrevista. Confira a tradução abaixo:

Vai com tudo ou vai pra casa. Com o novo California Nights, o Best Coast, definitivamente, firmou sua forma. O terceiro álbum da dupla é, de longe, o mais maduro e o maior álbum de sua carreira. MAGNET pediu à vocalista do Paramore para entrevistar Bethany Cosentino e BobbBruno para nós.

Eu conheci Best Coast da mesma maneira que conheci as minhas mais recentes bandas favoritas: pelo meu namorado/noivo, Chad (Gilbert, do New Found Glory). Ele voltou pra casa, após um de seus shows no Troubadour – isso foi em 2009 ou 2010 – contando sobre as músicas deles e as músicas que eles haviam tocado. Ele disse, “eu saí com eles um pouco, e eu acredito que você e a vocalista se dariam super bem.”

Em meados de 2012, me mudei para Los Angeles para gravar com minha banda, Beth e eu trocamos número de telefone e diversas mensagens o tempo todo sobre música, o que estávamos compondo, o quanto amávamos comida e coisas como remédios naturais! Tornou-se uma piada dentro da banda quando eu falava “Minha amiga Beth, da banda Best Coast!” Eles falavam algo como, “Espera, Hayley, de qual banda ela é mesmo? Nós esquecemos.” Ha! Mas o fato de ter uma amiga em outra banda que tem o mesmo estilo de vida, que entende como é fazer parte de uma banda apenas com meninos, e que é uma mulher que sabe o que quer, era tão legal para mim. E ainda é. Especialmente quando nenhuma de nós tem tempo suficiente para poder sair juntas.

Eu tenho sorte por poder acompanhar Beth e Bobb desde o seu lançamento até agora. É uma honra assistir ao crescimento de uma banda. Eu não sou uma fã nata. Talvez seja pelo que eu faço, mas ainda assim fico fascinada por como uma banda se desenvolve e como desviam de todos os obstáculos desse tipo de vida. As músicas são como páginas do diário da vida de Beth, e as músicas tornam-se ainda mais matizadas em todas as maneiras que eu poderia imaginar. Eu não poderia estar mais orgulhosa de conhecer essas pessoas na vida real.

Enquanto escrevo isso, “California Nights” começou no SiriusXMU no carro. (Não estou dirigindo! Sou passageira!) O que é mais louco é que estou ouvindo a estação do colégio – não sou descolada o suficiente para ouvir esse tipo de coisa.

De qualquer forma, tenho que ir. Provavelmente vou abaixar o vidro da minha janela e contar para os meus amigos que minha amiga Beth, do Best Coast, está na rádio. – Hayley Williams, Paramore.

Hayley Williams: Tudo bem? Como vocês estão?
Bethany Cosentino: Tentei me exercitar hoje pela manhã. Fui à academia, mas não fiquei muito tempo. Agora, estou apenas sentada na loja de sucos, onde minha irmã trabalha, conversando com vocês.
Bobb Bruno: Divertido.
Cosentino: Essa é a primeira vez que conversamos ao telefone como amigos?

Hayley: Acho que essa é a primeira vez que falamos ao telefone.
Cosentino: Parabéns! Tanto tempo que somos amigos e nossa primeira interação pelo telefone é uma conversa gravada. (Risos)

Hayley: Vocês farão bastante coisa para promover o álbum hoje? Eu vi uma alguma coisa impressa e parecia um monte!
Cosentino: Sim, andamos bastante ocupados. Bobb não precisa fazer tanta coisa quanto eu. Ele é mais como “um cara mais calmo”. Mas hoje é dia para ficarmos juntos – o que fazemos com frequência. Mas, essa semana, eu fiz bastante coisa sozinha, então é bom estar com o Bobb e poder sair para fazer coisas juntos. É muito mais divertido não ter que fazer as coisas sozinha. Eu nem considero isso uma entrevista, pois estou conversando com vocês – é apenas uma conversa.

Hayley: É, uma conversa por telefone. É algo tipo aquelas ligações de “Mean Girls” em que elas falavam, “Ele está ou não está ouvindo? Podemos falar sobre ele? Ele está aí?”
Cosentino: Bobb, quem você acha que você se parece mais em Mean Girls?
Bruno: Hum…
Cosentino:Lindsay Lohan?
Bruno: Sim.
Cosentino: Você é a Lohan em todas as situações. Então, nós só somos pessoas muito ocupadas, ultimamente. Eu acabei de enviar mensagem para você falando, “Meu Deus, eu esqueci de quão louco é lançar um álbum.” Muita coisa louca acontecendo, tocando diversos shows. E então o lançamento do álbum. É insano, pois, quando soubemos que o álbum seria lançado em Maio, ficamos tipo “Nossa, falta muito tempo!” E agora está aqui.

Hayley: Sim, eu sinto que nós conversamos por muito tempo sobre o que você queria para essa nova era da banda, e você estava realmente apreensiva em relação a isso. Parece que foi há quase um ano e você falava, “não tenho ideia do que vai acontecer.” E, agora, cá estamos. Desde que você mandou o álbum, nos últimos dois dias, eu tenho escutado o máximo que posso, e é tão bom. Eu sabia desde que você me falou algumas coisas, eu pensei, “isso vai ser muito bom.” Eu sinto que antes das melhores coisas, sempre tem tensão e pressão.
Cosentino: Parte da razão pela qual eu queria conversar com você, particularmente, sobre essas coisas, foi devido ao fato de que eu lembro quando você estava no processo de gravação do álbum autointitulado e você estava tão empolgada por estar fazendo algo exatamente como você queria fazer. E eu sinto que, quando o Bobb e eu estávamos gravando esse álbum, foi a primeira vez que achamos fácil em termos de fazer o álbum. Nós, basicamente, entramos no estúdio e sabíamos o que queríamos fazer, e não hesitamos. Essa manhã, Bobb disse, “Nós faremos isso em 02 de Maio – é tipo uma data divertida para os nossos fãs.” É um momento para se divertir conosco antes do lançamento do álbum. Eles venderão alguns álbuns que serviram como inspiração para este. Então o Bobb apareceu com uma lista que ia de Sea And Cake até Gwen Stefani e Coheed & Cambria – que eu nunca saberia que serviram de influência para esse álbum até ver a lista.
Bruno: Sim, eu escutava Coheed todos os dias, enquanto dirigia até o estúdio.
Cosentino: Quando eu não estava no carro com você.
Bruno: Sim.
Cosentino: Nós gravamos esse álbum e exploramos territórios diferentes a quão longe iam nossas influências, pois acho que fomos taxados de uma forma estranha em um único gênero. As pessoas diriam, “Eles são esse tipo de banda,” e nós responderíamos, “Nós somos?” Acontece. E, ora você aceita, ora você diz “Vou lutar contra.” Quando fizemos esse álbum, nós falamos “ok, nós, honestamente, vamos explorar todas as nossas influências e não nos importar se isso nos tornará descolados ou não. Tipo, nós vamos falar sobre Sugar Ray e não sentir vergonha disso de forma alguma, pois você deve sempre honrar o que você gosta.”

Hayley: Eu concordo plenamente. Eu não entendo o motivo pelo qual você só entende isso depois de muito tempo. Eu sei que estávamos no mesmo clima quando o autointitulado foi lançado, e eu sentia como se minha banda estivesse encaixada – e presa – em alguns gêneros. Não tínhamos nos colocado lá. É engraçado que a percepção das pessoas sobre o que você é tem tido a ver com os filtros, artigos e matérias de coisas que viram rapidamente na internet. E você não pode fazer nada a respeito. Então, eu não sei se isso serve como alerta sobre algumas partes, que agora você pensa, “agora, eu não quero fazer isso.” Isso, realmente, me deixou alertada sobre tudo e eu estava com medo de analisar as coisas. E estava com medo de ser aquelas coisas. Então, é incrível, pois entendo o sentimento do qual você está falando. O de não se importar. E eu, realmente, amo ouvir ao primeiro álbum da Britney Spears e sair correndo para gritar no microfone. Essas coisas fazem a diferença. Coheed & Cambria fizeram a diferença para o álbum de vocês por simplesmente fazer a diferença e é isso que você gosta de ouvir a caminho do estúdio. Ouvindo o álbum, eu nunca pensei nisso, mas não seria o mesmo, caso vocês não estivessem ouvindo as musicas que ouviam a caminho do estúdio.
Cosentino: Eu concordo plenamente com o que você estava falando sobre ficar em alerta em relação a essas coisas. Eu sinto como se, quando estava compondo as músicas desde álbum, tentava não pensar tanto em tudo. O que estamos falando com este álbum é que estamos tentando não pensar muito em tudo isso. Eu acho que, até gravarmos o álbum, estávamos definitivamente pensando muito. E em termos de realmente começarmos os trabalhos, pensamos “ok, vamos parar de pensar e começar com o que parece natural e certo para nós.” E Wally (Gagel), o produtor com quem trabalhamos, é um amigo nosso, mas, também, é um produtor que respeitamos e pelo trabalho dele – com Jessica Simpson, Miley Cyrus e então…
Bruno: Superchunk.
Cosentino: Sim, e ele trabalhou com coisas desde esse louco super-pop até alternativas dos anos 90, que, realmente nos influenciaram na hora de compor esse álbum. Então, sentimos que estávamos em boas mãos. É a primeira vez que entramos no estúdio focados para fazer o álbum, passando música por música com o produtor, o que é bem estranho para mim, já que nunca fizemos isso antes. Nós fizemos e pensamos tipo, “Uau, as coisas se tornam bem mais fáceis quando você já sabe o que quer fazer.”
Bruno: Bom, eu acho que parte disso se deve ao fato de que sentíamos que não tínhamos tempo suficiente.
Cosentino: Esse é outro ponto, também. Nós tivemos bastante tempo para planejar e trabalhar nesse novo álbum. Não tínhamos contrato com nenhuma gravadora enquanto estávamos compondo-o, então, basicamente, fazíamos o que queríamos fazer. E ninguém aparecia para dizer “ei, vocês precisam terminar isso de uma vez.”

Fonte
Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR