A versão online do jornal O Globo publicou uma matéria e entrevista com Taylor York onde falaram sobre a volta da banda ao Brasil e o álbum “Paramore”. Confira:
RIO — Como acontece com todo artista e banda de peso que atrai o público jovem, a volta do Paramore fez alguns fãs mais desesperados acamparem com semanas de antecedência em São Paulo e na Apoteose, onde toca neste sábado pelo Circuito Banco do Brasil. Um ano e meio após a última passagem pelo país, o grupo liderado pela camaleônica Hayley Williams novamente excursiona em cima do disco homônimo de 2013.
Desde a saída dos irmãos e fundadores do grupo Josh e Zac Farro, em 2010, a banda não mudou muito sonoramente — o suficiente para incorporar novos gêneros no disco de 2013. “Paramore” chegou ao topo das paradas de vários países e recebeu boas críticas por deixar o pop punk se misturar discretamente com a disco music e o new wave. Ainda assim, há quem diga que a banda nunca conseguirá se desvencilhar da fama pela relação com o público adolescente.
— É claro que, em se tratando de pop punk, nunca é difícil encontrar semelhanças entre bandas que flertam com o estilo — avalia Taylor York, guitarrista que assumiu de vez a função com a saída dos irmãos Farro. — Tocamos com o Fall Out Boy em uma turnê pela América do Norte. Tanta gente aponta que somos iguais. Claro, quem tem boca fala o que quer. Se quiserem comparar, quem somos nós para discordar? Teve até fã nosso chamando o novo álbum de “balde de m*”.
À toda, sem cansar
Entre clássicos da carreira e sucessos do álbum, como “Still into you”, já foram mais de 160 shows apenas da “Self-Titled Tour”. E, no último ano, o Paramore intensificou ainda mais o ritmo. Entre turnês, gravaram clipes, compuseram solo e tocaram em um cruzeiro (“um monte de artistas da antigas faz isso, e também achamos o máximo”). Viraram até parte da trilha de um musical da Broadway, “Punk goes below”, sobre o gênero no século XXI. Mas negam a chegada de um novo disco.
— O pessoal é muito afobado (risos). Têm sido tempos difíceis para compor, com tantos shows ao redor do mundo. Mas tem sido muito gratificante toda a correria — aponta. — Só que um dos problemas do show business é não ter tempo de ficar mais nos locais. Sou doido para fazer asa-delta no Rio!
Mesmo com o provável frenesi dos milhares de fãs que estarão gritando com tudo no show, a banda não parece convencida de que é fácil encarar um palco com tantas outras atrações, entre elas o MGMT e os headliners Kings of Leon.
— Vai ser um desafio tocar em um festival. É como uma briga. Você tem que lutar para trazer o público para o seu lado, com uma paixão e intensidade que surpreendam fãs de outras bandas.