Hayley Williams concedeu uma entrevista via telefone ao jornal “O Estado de São Paulo” (Estadão), na qual falou sobre bandas “punk pop” e sua relação com Jeremy e Taylor. Confira:
Em meados da década passada, uma onda de bandas do chamado “punk pop” (uma contradição em termos, fast rebeldia para adolescentes) varreu o Planeta. Fall Out Boy, Panic! at the Disco e Paramore eram algumas delas. Quase todas vieram ao Brasil, mas o Paramore consegue manter aceso seu público aqui – pôs 7 mil pessoas para dançar no Credicard Hall, há 2 anos.
Em sua terceira passagem pelo País, a banda da ruiva Hayley Williams é um dos grupos do festival Circuito Banco do Brasil, no Campo de Marte, que tem mais possibilidade de arrebanhar fãs extremados neste sábado, 1º (em 2008, a vocalista Hayley Williams veio doente, e cantou apenas 45 minutos). Os mais apaixonados estão há quase um mês acampados na frente do aeródromo da zona norte de São Paulo.
Já fizeram música-tema para um filme da franquia Transformers, Monster (2011) e paparam prêmios da MTV e o Teen Choice. Em 2007, venderam 3 milhões de cópias do álbum Riot e foram indicados para o Grammy como artistas revelação.
Ainda assim, houve problemas nessa trajetória. O Paramore sobreviveu a uma fissura forte – em 2010, houve um abalo nas estruturas fraternas da banda com a saída do guitarrista e do baterista (os irmãos Josh e Zac). Eram eles que tinham convidado Hayley para entrar no grupo. Muitos fãs pensaram que ela tomaria conta e a banda acabaria. Mas prosseguiu com a mesma linha (embora tenha deixado de ser um quinteto para vir com um trio ao Brasil).
“Eu nunca vi aproximação entre todas essas bandas do que chamaram de punk pop, exceto o fato de que surgimos todos na mesma época. São grupos de influências muito diferentes, de sons distintos. Acho que era mais uma necessidade de rotular”, disse ao Estado por telefone a ruiva Hayley, já uma veterana aos 25 anos (e cujo visual é mais copiado pelas garotas do que o de Florence + The Machine). Ela e o grupo desembarcaram em Cumbica na sexta.
“Sabe, comigo nunca houve essa coisa de menina em banda de garotos. Nós sempre medimos tudo pela música, e eles me respeitam pelo que sou. Eventualmente as diferenças se fazem notar, garotas têm seus dias de Inferno, mas os rapazes também têm os seus. E isso não tem sido um problema”, afirmou Hayley (anos atrás, ela inaugurou a era das estrelas que tiveram seu celular hackeado por malandros, e uma foto sua de topless caiu na internet – nada muito escandaloso, mas ela chiou muito).
Jeremy Davis (baixo), Taylor York (guitarra), seus partners atuais, sabem do papel preponderante que a performática Hayley tem na condução da noitada. Em geral, fazem uma introdução típica de circo, um minuto de aquecimento, para preparar o público para a entrada da estrela no palco. Quando ela entra, as meninas piram (e é preciso acentuar que Taylor York causa efeito semelhante).
Fora isso, o som deles, não exatamente um primor de sofisticação, mudou um pouquinho em Paramore, o disco do ano passado. A crítica especializada saudou a demonstração de versatilidade da cantora. “Não sei se é um som mais maduro, mas é definitivamente um som em movimento, aquilo que nos representa nesse momento”, conta ela. “Sempre quisemos fazer um disco mais alegre, menos soturno, e esse álbum é exatamente assim. Acho que a gente não conseguia porque não era esse nosso estado de espírito antes.
Fonte: Estadão.