Hayley é entrevista pela Cosmopolitan inglesa
Por em 4 de agosto de 2014

reila 23.fw
No seu dia de folga, Hayley concedeu uma entrevista para a Cosmopolitan UK e contou sobre sua linha de tinrua de cabelo, o sexismo na indústria musical e feminismo. Confira a tradução:

Ah Paramore. Para cantar quando estamos bêbados voltando pra casa, ou para cantar Misery Business num tom altíssimo no karaokê, e estamos um pouco animados demais para o show deles no Reading & Leeds Festival.

Batemos um papo com a cantora Hayley Williams quando ela teve uma folga da turnê (Monumentour com Fall Out Boy, suspiros…).

Oi, querida!
Olá!

Onde estão agora? O que você vê?
Sim, estamos na estrada, passando por Michigan. Temos um show em Detroit.

Acho que todo mundo está enlouquecendo com essa turnê no Twitter. Parece que estão se divertindo!
Sim, meio que isso… Devíamos ter feito isso muito antes. Nós [e Fall Out Boy] somos do mesmo mundo, mas demos a volta por cima, crescemos e conseguimos fazer coisas fora desse mundo e ser aceitos. É bem legal. Cada noite é uma celebração.

Estamos animados de vê-los de volta no Reino Unido em agosto para o Reading festival.
Sim! Nós também.

Qual é a desse “headliner conjunto” com o Queens of The Stone Age?
Sei lá, acho que não conseguiram decidir qual é a melhor banda.

Vai ser tipo… vocês tocam uma música e depois eles tocam uma ou vai ser tudo junto? Ou vocês vão ser os principais de Leeds e daí eles os de Reading?
Acho que vamos revezar, mas creio que eles são uma banda melhor. Porém, tenho que dizer que de qualquer forma; ser metido não é legal.

Mas pode se orgulhar, Paramore é muito, muito bom.
É, fico feliz que finalmente estamos no topo. Já tocamos várias vezes antes da banda principal nesse festival.

O show foi brilhante da última vez.
Nossa, tocamos antes do The Cure, foi INSANO.

Já faz mais de um ano que estão em turnê com esse álbum.
Sim, um ano e meio. Loucura.

Ainda te anima tocá-lo ou já encheu o saco?
Pra falar a verdade, ainda é muito empolgante porque nem tocamos todo o álbum nas setlists ainda. No cruzeiro fizemos isso porque havia mais tempo, mas eu ainda não me sinto entediada. Acredito que seja a melhor coisa que a gente já fez então é legal mostrar pra todo mundo.

Podemos esperar alguma surpresa em Reading ou vão manter os hits?
Bom, depende de quanto tempo vamos ter. Nesta turnê é a setlist é melhor porque não é só uma banda sendo headliner. Mas na verdade nem parece porque o show continua sendo grande, apesar de não ser completo. No final do ano passado nossas apresentações duravam 100 minutos – é muito pra uma banda como nós, por conta das músicas rápidas.

E tem muitos saltos pelo palco. Você precisa de sapatos confortáveis.
Exatamente. É muito físico. Mas depende, ainda não decidimos. Provavelmente vamos fazer um show derivado do que estamos fazendo agora. Vamos ver o que dá pra encaixar. Sei que vai ter gente lá que estão nos acompanhando há anos, mas também sei que vai ter gente que nunca nos viram. O objetivo é entreter todos.

DEMAIS. Obviamente as coisas estão indo muito bem pra vocês no momento, você parece uma moça ambiciosa. O que ainda falta alcançar?
Não sei. Atingimos os maiores objetivos. Ao longo do tempo você percebe quais portas se abrem e o que te inspira. Em nossas carreiras, até agora, tentamos seguir o instinto, saber quem somos como um grupo, o tipo de música que gostamos de criar, como juntar tudo isso? O que nos define nesse momento? Não queremos seguir algo. Queremos ser Paramore. Queremos vender essa ideia para as pessoas e continuar ganhando fãs, uma família ao redor do mundo, temos que crescer naturalmente e não à força.

É um ótimo momento para mulheres na música, não acha?
Amo isso, acho demais. 10 anos atrás teria sido muito motivador – quando estávamos começando – se tivessem mais meninas da minha idade pra eu fazer amizades ou para me entenderem. Foi estranho estar na Warped Tour com 16 anos e ter sido a única garota vocalista – mas acho que isso te fortalece. Agora que sou mais velha, vejo meninas mais jovens em todos os instrumentos, e não tem nada de mais, se é isso que elas querem, elas fazem. Espero que isso fique cada vez mais comum de se ver. Vi que a Warped deste ano tinham várias bandas com uma ou mais garotas. É bom, muito bom de ver. Há muita música boa vindo de mulheres nesse momento. Gosto de ser uma delas.

Também gostamos. Mas (lado ruim) quase toda mulher na música reclama de sexismo na indústria – se você teve alguma experiência com isso, como foi?
Acho que não tem escapatória, não importa quão longa sua carreira. Quando a gente era mais novo, era bem pior. Eu prestava mais atenção nisso porque era extremamente sensível. Nos shows, os caras não sabiam como lidar com uma garota no palco, ainda mais com um microfone na mão, o que passa uma sensação de poder às vezes. É bizarro pensar que alguém tenha um problema com isso. Mas aprendi a lidar muito cedo; no começo tinha gente sendo expulsa da plateia mas também tinha gente que apoiava. Agora eu ignoro.

A opinião de um ignorante não nos afeta como banda e nem me afeta como pessoa, ou como mulher. Eu escolho minhas lutas. Quando vejo outras bandas passando por isso, penso “ahh, que droga” porque me lembro quando era mais nova. Tenho uma amiga na banda Candy Hearts, ela vê muita coisa estúpida por eles serem uma banda nova. Conversamos sempre sobre isso e eu tento encorajá-la. No final das contas, as pessoas importantes são aquelas que participam e apoiam o que você faz.

Já recebeu algum conselho que você guardou até hoje?
Eu diria que, não querendo dar uma de feminista legal, mas Shirley Manson tem sido muito legal e me apoiado bastante. Para mim, ela é incrível. Não toco com ela há muito tempo, mas um ano e meio atrás, no Soundwave, foi a primeira turnê com o CD novo e ela foi muito motivadora. Ela dizia “Precisamos de garotas duronas, com atitude, que não tenham medo de dar chutes no palco, que não se intimidem com nada”. São palavras simples, mas me inspiraram, não só sobre esse assunto mas sobre nossa música no geral e o que queremos como banda. Ela é uma artista sensacional, uma compositora incrível e eu a respeito muito, conhecer alguém assim – às vezes conhecer seus ídolos não é tão ruim assim.

Você e o Paramore, como um todo, sempre foram muito bons em incentivar a individualidade.
Eu era assim na escola também. Me vestida diferente e curtia, sabe, gosto de ser diferente. Não que eu goste de ser olhada, mas sei lá. Acho que quando eu era criança eu ainda não entendia, eu pensava que todo mundo tinha que ser diferente. Isso me deixou mais determinada porque sei que cada pessoa que entra em contato com a gente, seja no Twitter ou outro lugar, dizendo que estão tendo dificuldades pra de adaptar ou que sofrem bullying, eu me vejo ali, sabe, eu sei como é isso.

A música era meu refúgio. Não resolvia tudo mas me permitia sentar num canto e escrever uma canção, ou sentar com pessoas com os mesmos ideais e fazer isso com elas. Não precisam ser iguais a você, mas tem que compartilhar dos mesmos objetivos, querer se expressar, sei lá, acho que pra mim, não importa se você pinta o cabelo ou escreve um poema, se é isso que você quer, não se preocupe com o que pensam, é estupidez.

Toda vez que vou a um show do Paramore está repleto de garotas com cores selvagens no cabelo, deve ser bacana de ver.
Sim, eu amo. É mais bem recebido hoje, muito mais comum ver gente com cabelo neon ou maquiagem maluca, acho que isso se deve ao fato das pessoas lutarem pelo direito de expressão, pelo direito de ser bobo, ou se vestir de forma chamativa. Precisamos de gente assim no mundo, senão vamos acabar andando por aí com pastas, vestindo ternos e gravatas.

O mais engraçado é eu e os meninos entrando num avião e todo mundo olhando pensando que estamos na fila errada e pensando “Uhhh, vocês não são aqui, vocês tem que mudar de fila”. E a gente fica tipo “relaxem, nós pagamos como todos vocês aí de terno e gravata” não estou dizendo que todos deviam ser como nós, mas é legal que podemos ser assim. É legal mostrar pras pessoas, principalmente as mais novas, que é possível.

E você tem sua própria linha de tintura saando nesse ano ou ano que vem?
É, Estou trabalhando nisso agora mesmo. Tenho ido a muitas reuniões e tem sido muito agitado porque estamos no processo criativo. Nunca imaginei começar algo do tipo. É diferente, tenho aprendido muito. Ontem de noite eu estava lendo uns emails e lendo sobre negócios, foi interessante. É um processo divertido. Quando eu puder convidar as pessoas pra mostrar tudo que está acontecendo, falar como vai ser, então eu irei! Ainda é muito cedo pra comentar qualquer coisa.

Você devia fazer alguns trocadilhos com as músicas do tipo “Still Into Blue” ou “Ain’t It Plum”…
Que ideia ótima! Amo trocadilhos, sim, com certeza vão ter muitos.

MAL POSSO ESPERAR.

Paramore toca no Reading & Leeds Festival em agosto e com certeza serão excelentes. Oh, e o single “Ain’t It Fun” sai no Reino Unido dia 25 de agosto. COINCIDÊNCIA?

Fonte.

 

 

Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR.

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