Chicago Tribune: O Paramore deixou a raiva e se tornou maior do que nunca
Por em 15 de julho de 2014


O Paramore não passou por bons momentos durante a saída dos irmãos Farro, membros fundadores. Tanto os integrantes como os fãs ficaram apreensivos e questionaram sobre o futuro da banda. E quem diria que, pouco tempo depois, a banda conquistaria ainda mais o público? “Ain’t It Fun” disparou e se tornou hit, a amizade e harmonia dos integrantes, segundo Hayley, é a peça fundamental para todo esse sucesso. “Ninguém estava realmente confortável antigamente”, revela. O portal Chicago Tribune publicou mais uma matéria sobre a banda, onde conta um pouco da sua trajetória e reafirma o sucesso da MONUMENTOUR. Confira na íntegra!

O Paramore deixou a raiva e se tornou maior do que nunca

Inexplicavelmente, depois de 10 anos como vocalista de uma banda da punk rock, Hayley Williams, do Paramore, nunca havia detonado uma guitarra até gravarem o vídeo de “Ain’t It Fun” este ano. “Eu acho que não somos tão rock’n roll como gostaríamos de ser” diz, sorrindo.

Se o humor do mais recente álbum do Paramore é alguma indicativa, Williams, 25, dificilmente vai continuar “destruindo guitarras“. Antigamente, Hayley gritava com raiva enquanto sua banda tocava o rápido e barulhento “na-na-na” atrás dela. No entanto, no último álbum, intitulado “Paramore”, Williams e o guitarrista Taylor York, também compositores, se empenharam em uma direção mais voltada para o pop, mudando para uma espécie de melancolia esperançosa. Em certo ponto do álbum, Williams declara: “Eu não estou mais brava. Bem, às vezes eu estou”.

A abordagem impulsionou a popularidade da banda veterana de Franklin, Tennessee. O hit “Ain’t It Fun” chegou na posição Nº 1 e o ábum “Paramore” estreou também em primeiro lugar – e pode salvar, a longo prazo, a saúde vocal de Hayley. “Você pode sentir isso por todo o corpo”, diz Williams, por telefone, de Buffalo (NY), onde sua banda está em turnê com o Fall out Boy. “Essa é a parte mais estranha. Eu estou percebendo a quantidade de trabalho extra que coloco em mim mesma sendo uma pessoa com raiva. Eu posso sentir uma grande diferença na minha voz”.

Durante a gravação, Williams notou que poderia manter a franqueza emocional sem a raiva. “A última experiência que tive ao fazer uma gravação, antes do “Paramore”, foi com o “Brand New Eyes” (2009) e em cada música eu me sentia como uma alma penada. Eu estava somente gritando tudo”, revela. “Eu precisava disso na época, afinal, era um grande lançamento, mas é bom sem capaz de seguir um novo rumo em minha vida onde eu posso cantar sobre coisas que não são raivosas”.

Os quatro anos entre “Brand New Eyes” e o último álbum foram difíceis para Williams e o Paramore. Em 2010, o guitarrista Josh Farro e o baterista Zac Farro, irmãos e membros fundadores, saíram da banda. Josh publicou um texto desagradável, um blog que chamava o Paramore de “produto manufaturado de uma grande gravadora”, acusando a Atlantic Records de tratar os outros integrantes da banda como “menos importantes que a Hayley”. Williams não respondeu na hora, embora ela tenha dito mais tarde que o post dos Farro constituiu-se “no pior dia da minha vida”. Ela manteve seu foco no reagrupamento com York e o baixista Jeremy Davis.

Para ser sincera, não foi uma grande surpresa. Ninguém estava realmente confortável”, Williams comentou sobre a partida dos Farro na época. “Mas depois que eles decidiram isso, pensamos ‘Vamos, ao menos, continuar? Sentimos que podemos fazer isso? Nós queremos isso?’. Lembro de uma conversa com o Taylor… Foi aí que descobri que tudo ainda estava vivo. Continuaríamos seguindo em frente. O trabalho mais duro que fizemos foi em relação a nossa amizade”.

Primeiramente, Williams disse a um entrevistador, que ela e York lutaram contra um “bloqueio de composição”, mas logo após eles conseguiram “Proof”, “Daydreaming” e “Last Hope”, e o resto do álbum “Paramore” fluiu rapidamente. Ao contrário das colaborações anteriores, de Williams com Josh Farro, a vocalista adquiriu uma forma de escrever num estilo muito mais pop. E, enquanto ela ainda escrevia letras agridoces como “algum de nós tem que crescer à vezes/ e, por isso, se eu tiver, vou deixá-lo para trás” (Grow Up), seu novo material, mesmo assim, ainda era mais pink do que punk. Ocasionalmente, ela se ramificou – em Interlude: Moving On, cantada ao som de um dedilhado no ukulele.

Eu amo como simplesmente encontramos uma nova maneira de ser uma banda com guitarras”, disse ela.

Williams começou a cantar em bandas, com Davis e York, quando ela tinha 13 anos de idade e estava crescendo fora de Nashville. Posteriormente, ela se juntou a banda que os irmãos Farro formaram ao lado de York e sua personalidade enérgica fez dela uma estrela. Tudo aconteceu muito rapidamente – primeiro, a Atlantic Records a contratou como cantora solo, mas ela insistiu que fazia parte de uma banda. “Acho que seria uma carreira muito solitária sem amigos perto de mim e acredito que Jeremy e Taylor diriam a mesma coisa”. “Não é um estilo de vida fácil, mas o fato de que nós compartilhamos os nossos sucessos significa alguma coisa”.

Logo no início, Williams se tornou conhecida por suas constantes mudanças, cores de cabelo fluorescentes e agressivas, e sua carisma que ocupava o palco inteiro. Ela também tinha uma voz versátil e forte para berrar hinos como “All We Know”, ou até mesmo para mostrar sentimentos mais complexos como em “For A Pessimist, I’m Pretty Optimistic”. Embora ela tenha começado sua carreira na adolescência, seus pais a encorajaram e o seu pai, inclusive, dirigiu a van da banda durante as turnês.

Pete Wentz, do Fall Out Boy, recentemente sugeriu que a nova turnê com o Paramore tem um toque clássico, assim como Metallica e Guns N’ Roses no começo dos anos 90. Qual dessas bandas seria o Paramore? Williams nos dá a resposta mais provável. “Irei com Metallica nessa. Seremos o Metallica”, ela diz. “Não quero dizer Guns N’ Roses — aí as pessoas começarão a pensar que não estamos indo aos nossos próprios shows.

Fonte
Tradução e Adaptação: Equipe do Paramore BR

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