A edição de fevereiro da revista americana Steam conta com uma breve entrevista cedida por Hayley Williams. Confira abaixo a tradução completa da entrevista:
Steam: Os membros da banda Paramore original Josh e Zac Farro deixaram a banda em Dezembro de 2010 alegando que a mesma se tornou um “produto fabricado por uma grande gravadora”. A esse ponto, o quão perto a banda chegou de terminar completamente?
Paramore: O engraçado é que o último ano da banda sendo composta por 5 membros não foi tão dramático assim. Todos nós chegamos até um ponto onde sabíamos que não estava funcionando. Nós ainda aparecíamos para todos os shows porque ainda parecia que nós deveríamos ser uma banda. Eu acho que nós três meio que sentimos que alguma coisa estava vindo e quando vimos o que foi publicado e as razões que o Josh deu para a saída da banda, foi super doloroso. Honestamente, aquelas coisas meio que nos fez querer jogar a toalha. Ficamos preocupados, pensando que nossa base de fãs se dividiria e não saberia mais o que pensar. Eu queria sair e dizer que aquilo era tudo besteira mas eu sabia que não poderia. O que veio como resultado foi um período de três ou quatro meses onde os membros restantes da banda e eu nos sentimos desencorajados e pensamos ‘por que não acreditamos mais em nós mesmos?’. Foi um período bem estranho e que não terminou até nós olharmos um para o outro e perceber que nós três ainda queríamos estar ali e acreditávamos um no outro. Três ou quatro músicas no processo de escrita e começamos a ganhar aquela confiança de volta. No final nos sentimos incrivelmente livres e nós, definitivamente, somos uma banda melhor por isso.
Steam: Vendo o quão grande foi o hit ‘Airplanes’, sua música com o B.O.B, que foi durante esse período, houve alguma vez o pensamento de se livrar do drama e seguir uma carreira solo?
Paramore: Não, não mesmo. Foi bem divertido trabalhar com B.O.B. Eu cresci amando hip-hop e R&B e as coisas que estavam na MTV no meio dos anos noventa. Aquilo fez a minha cabeça na época. Foi divertido pra mim e pro B.O.B fazer algo diferente. Foi definitivamente uma partida mas não influenciou nenhum pensamento sobre ir em carreira solo.
Steam: Muitos críticos questionaram se o primeiro single de seu novo álbum ‘Still Into You’ é ou não direcionado ao seu namorado, e líder da New Found Glory, Chad Gilbert. Se verdade, ele alguma vez demonstrou preocupação a respeito da vida pessoal de vocês sendo levada para a música, uma vez que não funcionou muito bem para qualquer um que tenha namorado Taylor Swift ultimamente?
Paramore: Eu lembro que um dia ele foi me buscar no estúdio e o quão envergonhado ele ficou quando ouviu a música pela primeira vez. Foi um momento legal para nós como casal, já que eu realmente nunca escrevo músicas de amor, eu simplesmente não consigo. É difícil pra mim pôr em palavras algo que eu realmente senti e tive uma intenção verdadeira, então quando saiu soando desse jeito, foi super positivo para mim. Você nunca sabe, essa pode ser a única música sobre amor que eu vou escrever na vida. Um verdadeiro momento Taylor Swift (rindo).
Steam: Com bandas que tem vocalistas mulheres as comparações são constantes entre tais mulheres. Com Paramore parece que você é um ponto sólido e as comparações são constantes com bandas em geral. Isso é algo que te deixa feliz?
Paramore: Eu acho isso radical. Nós sempre tivemos uma inclinação para banda. Eu sou definitivamente uma fã de cantores, mas não sou uma artista solo, então não é apenas sobre o cantor no nosso caso. Essa é a minha paixão e no que eu mais foco quando se trata do meu trabalho na banda, mas as outras coisas na música são importante, todos os ingredientes fazem de nós um todo.
Steam: Houve ainda alguma preocupação durante o processo de escrita de que, como todos vocês estavam em um lugar ‘escuro’, isso iria afetar sua música e tirar a essência punk-rock que vocês têm?
Paramore: Na verdade não, porque esse foi um lugar onde nós nunca estivemos antes e não tinha espaço para essas coisas. Nós estávamos limitados o suficiente para que não pudéssemos criar obstáculos. Nós fomos por algo que nos inspirou e nós encontramos coisas das quais éramos capazes e nunca iriamos nos permitir fazer antes. Com esse álbum nós não nos preocupamos com o que qualquer um fosse pensar, mas em nós. Apenas queríamos fazer um álbum do qual ficássemos realmente orgulhosos.
Revistas > 2014 > STEAM (Fevereiro)