“Não podemos ser o mesmo Paramore que fomos todos esses anos” – Hayley para ARTISTdirect
Por em 3 de dezembro de 2013

Hayley conversou com Rick Florino do site ARTISTdirect.com e contou para ele sobre a identidade da banda, filmes e inspiração. Confira a tradução:

O novo álbum self-titled do Paramore é um divisor de águas. É sua nova identidade, e tão irresistível quanto revigorante e inteligente. Eles levaram seu som característico a outro nível sempre perder de vista sua identidade. É afiado e grudento em alguns momentos e levemente esperto. É um dos melhores discos de 2013. É simplesmente Paramore.

Nessa entrevista exclusiva com ARTISTdirect.com, Hayley Williams contou tudo sobre o novo álbum, sua inspiração, depilação nos filmes e muito mais.

ARTISTdirect: O que amarra o novo álbum? Vocês olharam com outros olhos?
Hayley: Primeiramente, acho que é o mais completo trabalho que já lançamos. No começo, sinceramente, a gente tentou escrever qualquer coisa possível. Se recuperando de um momento difícil com a banda, pensávamos “Para onde vamos agora?” fomos em frente com tudo e nos apaixonamos, sentimos uma conexão. Tentamos de tudo. Não podíamos nos dar o luxo de ter a mente fechada. Fomos assim por muito tempo, mesmo não parecendo. Percebemos que era necessário abrir a mente e tentar coisas novas. O que amarra, para mim, é o fato de sermos só nós três agora. Só isso. Cada canção tem um lugar único. Ficamos dias trabalhamos em uma única música. Nunca fizemos isso. Sempre gravamos os instrumentos para várias músicas em um dia. Era uma “colcha de retalhos”. Foi só no final do processo que pensamos “Cara, isso parece bom. Combina com a gente!” eu consegui sentir Jeremy em todas as músicas. Sua personalidade. Minha personalidade. A do Taylor. Para mim, isso é o que amarra. Por isso demos o nome de “Paramore”. Não há outro jeito de descrever.

ARTISTdirect: O que te encorajou para tentar novas coisas? Algo te inspirou?
Hayley: Acho que às vezes, quando você atinge o fundo do poço ou quando você chega num ponto em sua vida no qual você não tem mais respostas, isso te deixa mais humilde. Te impede de fingir que sabe tudo ou de tentar prever o final das coisas. Perder dois membros e essencialmente as amizades nos forçou a sair da zona de conforto. Percebemos que os padrões não seriam os mesmos e nem as fórmulas. Era meio que “Não podemos ser o mesmo Paramore que fomos todos esses anos”. Não é algo que escolhemos. Foi algo que, agora, olhando para trás, acho que não sobreviveríamos se não tivéssemos passado por isso. Entende?

ARTISTdirect: Com certeza! O resultado de ter enfrentado esse desafio e passado pelo “fundo do poço”, como disse, vocês voltaram com o melhor cd que já fizeram.
Hayley: Obrigada! Definitivamente somos mais abertos a todos os tipos de inspiração. Não temos mais medo. Para mim, é mais evidente nossas influências da infância nesse álbum do que no nosso primeiro, acho isso bem maluco. Ouço mais Failure, “new wave” e Jimmy Eat World do que eu ouvia antes quando escrevíamos músicas de pop punk ou rock.

ARTISTdirect: “Future” se destaca. Qual a história por trás dessa música?
Hayley: Essa canção é um acidente com final feliz. Eu a amo! Tocava ela no meu violão logo após a saída do Josh e do Zac. Era uma música antiga. Eu insistia em tocá-la toda hora, mas estava incompleta, apenas alguns versos. Compartilhei com Taylor meses depois. Olhando a linha do tempo, foi bem antes de começarmos a escrever o álbum. Ressurgiu. Guardei as demos no meu iPhone. Estava tendo mil ideias e queria transformá-las em demos. Brincamos com ela por um tempo. Finalmente, um dia no estúdio com Jeremy, Taylor e Justin Meldal-Johnson e Justin falou “toquem juntos agora! Veja se tem como desenvolver a letra”. Sem brincadeira, o tanto de coisa que a gente gravou naquele dia, só tocando com nossos aplicativos de iPhone, bateria e um pequeno teclado que Jeremy tocou. Acabou indo pro álbum. A outra metade é só os rapazes tocando no Sunset Sound. É uma canção especial. Muito emocional.

ARTISTdirect: O que a letra significa para você?
Hayley: Uma parte de mim percebendo que seguir em frente é melhor do que se lamentar pelo passado. Sou muito nostálgica. Conseguiria escrever livros e milhões de CDs sobre um sentimento ou sobre algo que passei quando tinha 16, 17 anos, mas qual a necessidade? Tenho 24 anos e estou experimentando uma nova vida, novas coisas que são muito mais importantes do que o que eu passei quando adolescente. Coisas que eu tem que lidar agora. Coisas que eu gosto de comemorar agora. Era importante que esse novo disco fosse uma ode ao futuro. Acho que essa música, mesmo antes de nos prepararmos para escrever o álbum, moldou meu pensamento, o caminho que a gente ia tomar. Estava cansada de reviver o passado. Dávamos muitas entrevistas sobre o que estava acontecendo com a banda e todo esse lado negro, energia negativa. Eu estava cansada. Resumindo, é uma música que nos ajudou a enfrentar muita coisa.

ARTISTdirect: Se fosse comparar o novo disco com algum filme ou uma mistura de vários filmes, qual/quais seriam?
Hayley: Meu Deus, que ótima pergunta! Amo filmes. Demoraria o dia inteiro para decidir. Algumas partes, acho que me lembram “Curtindo a Vida Adoidado” porque me sinto uma jovem usando um terno pela primeira vez [risos]. É como caminhar achando que se sabe tudo. Mas também há um parte de mim mais realista. Estou tentando lembrar de algum filme. Cara, que pergunta ótima! Não pode ser só um tipo de música. Há tanta diversidade nesse álbum.

ARTISTdirect: A referência à “Curtindo a Vida Adoidado” captura a leveza. Nunca perderam isso, e vocês sempre foram talentosos.
Hayley: Obrigada! Realmente aprecio isso. O filme também. Vamos deixar só ele mesmo.

Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR.

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