BEAT Magazine entrevista Hayley Williams
Por em 6 de novembro de 2013

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Em entrevista a BEAT Magazine, Hayley contou quem eram seus ídolos quando pequena, cortes de cabelo e o conselho que daria para sua versão de 18 anos, se pudesse voltar no tempo! Confira a tradução:

Como suas heroínas, Annie Lennox e Siouxsie Sioux, Hayley Williams é uma garota de poster com muito ponto de vista. Ela tem 24 anos e é líder do Paramore desde adolescente. Eles lançaram 4 álbuns – 3 quando eram um quinteto, e, depois da briga feia de 2010, o desse ano, divisor de águas, “Paramore”, lançado como um trio. Mesmo depois de voltar para sua casa no Tennessee, ela não conseguia manter o silêncio por mais um minuto, e canalizou seus sentimentos no novo álbum, pronto para rádio, como podemos ver no single atual “Still Into You” e o próximo single, “Ain’t It Fun”. No primeiro single, “Now”, ela proclama “feels like I’m waking from the dead”, mas, quando falamos com ela, ela nunca pareceu mais viva.

O som desse álbum foi surpreendente, para ser honesto. É muito mais pop do que os anteriores. Vocês queriam mesmo chocar?
Não. Definitivamente não era a nossa intenção, porque para nós, o choque aconteceu três anos atrás quando percebemos que não seríamos mais um quinteto. Um dia, meio que acordamos como uma banda diferente, e levou tempo para a gente se acostumar com isso. A primeira vez que ouvimos a demo de “Ain’t It Fun”, foi tipo, “O que é isso?” não soava como pensamos e embora não soasse como “Paramore”, nós amamos. Cara, tivemos três álbuns na zona de conforto, então com esse, era agora ou nunca.

É importante para você apoiar outras rockeiras? Há tão poucas.
Sim, para mim é extremamente importante. Nos últimos 2 anos, temos visto mais bandas lideradas por mulheres e é inspirador. Levamos uma banda chamada “Kitten” na nossa primeira turnê pelos EUA esse ano, e Cloe, a cantora, tem uns 18 anos e ela é muito mais legal e talentosa que eu. Ela é uma mistura de Annie Lennox, Siouxsie Sioux e qualquer outra amada da comunidade punk, tudo isso em uma só pessoa.

Ela parece incrível. Quem eram seus ídolos quando pequena?
Brody Dalle, e eu estou enlouquecendo com sua nova edição que tem ela na capa! É demais. Ela era meu plano de fundo do computador quando eu tinha 14 anos e, literalmente, eu queria ser ela. Minha mãe e eu éramos bem próximas quando eu era criança, nós meio que fugimos do seu ex-marido. Era um momento complicado e eu lembro de estar ouvindo The Distillers com ela. Uma vez perguntei “Mãe, posso fazer um moicano?

Mas você tem um “undercut” atualmente, certo?
Sim, amo meu “undercute”, mas na verdade, mas já estou ficando entediada com meu cabelo. Faz uns 2 ou 3 meses que eu não pinto e está horrível no momento.

Acabei de ver um vídeo da Katy Perry dela queimando a peruca azul. Talvez seja sua hora de aderir a ideia.
Também acabei de assistir, quão irado foi aquilo? Fiquei orgulhosa dela. Muitas popstars são mulheres, e às vezes, sua arte não é considerada legítima, mas acho que ela é uma artista nata. A família do Taylor a conhece, então ela já saiu com a gente algumas vezes. Ela é muito divertida e uma grande artista. Bom saber que ela faz parte do mundo pop.

Ela é bem festeira… Você consegue acompanhá-la?
Eu não! (risos) Com certeza, não!

Quando vocês participou de “Airplanes” com B.o.B meio que te colocou num novo contexto. Foi uma grande mudança para você?
Hum, sim e não. Quero dizer, quando eu era jovem, antes de descobrir o punk rock e música alternativa, eu curtia muito música pop. Amava artistas como Aaliyah, Missy Elliot e TLC e sempre quis ser daquele jeito. Nunca esperei conhecer os rapazes quando tinha 12, 13 anos. Quando comecei a escrever minhas músicas, saiu tudo diferente. Sabe, não consigo escrever uma música R&B, mas quando participei de “Airplanes” foi como uma volta às raízes. Foi estranho e emocionante, amei ser parte disso e depois acordar no dia seguinte e ainda fazer shows com o Paramore.

Você não assinou com a Atlantic Records quando tinha 14 anos para ser uma artista pop?
Não. Tem muitos equívocos com relação a isso. Eu já era parte do Paramore mas eles realmente me queriam e eu disse “olha, vocês podem me ter, mas só com o resto do Paramore, porque eu gosto de tocar com meus amigos.” e nem pensei na parte dos negócios, mas lembrando disso agora, acho que fui muito esperta. Se tivessem me contratado para ser uma artista pop, não teria durado de jeito nenhum.

O que pode ser engraçado às vezes! Quero dizer, tem aquele DVD da Madonna…
“In Bed With Madonna”? Você podia ter chamado um exército de modelos dançarinas!

Ahh, perdi a chance, não perdi? (risos) Li que você coleciona casa de passarinhos, como assim?
Na verdade comecei a coleção quando comecei meu namoro com Chad. Estávamos ouvindo “They Might Be Giants” e eles tem uma música chamada “Birdhouse In Your Soul”. É uma música ótima! Muito poética também. Aliás, é dessa música que falo no segundo verso de “Still Into You”, na parte “we sang along to the start of forever”. Comentei sobre pintar uma casa de passarinhos uma vez e agora começaram a me trazer um monte delas. Estão todas espalhadas no meu quintal.

Qual sua favorita?
Uma que tem o formato de um sapato da Converse! É muito irada. No topo, onde seu tornozelo ficaria, se fosse um sapato de verdade, é a entrada para os pássaros.

Parece legal. Minha música favorita do cd é “Proof”, na qual o gênero muda no refrão. Essa fluidez é muito agradável de ouvir.
Aw, obrigada. Quando criança, sempre cresci achando que força era sinônimo de masculinidade e agora coom 24 anos, acho que entendi errado. Há qualidades em minha personalidade que são femininas e outras que são masculinas, e há força nas duas.

Você tem muitos fãs gays, o que faz isso fazer sentido também.
Sim, com certeza! Amo saber isso sobre essa música, particularmente, mas às vezes numa música estou falando sobre um cara do qual eu gosto, mas gosto de saber disso, seja qual for seu gênero ou opção sexual, todos podem cantar junto. A música é deles.

Acho isso muito importante, especialmente com o debate sobre casamento gay ocorrendo nos EUA.
Sei disso. Como é que isso ainda está acontecendo? Não sei porque demora tanto. Cara, é 2013, seres humanos são apenas seres humanos, apenas trate todos como tal.

Seus pontos de vista divergem da metade cristã dos seus fãs?
Tudo parece bem na superfície, e então você começa a cavar fundo e percebe que sempre tem alguém com opiniões. Postei uma foto de uma tatuagem no meu tornozelo um dia desses e um cara veio me falar que eu não estava cuidando do meu corpo como cristã e eu simplesmente disse “cara, você iria adorar o crucifixo que tenho tatuado acima do joelho!” Acho que acreditamos no que acreditamos, é pessoal e não saímos por aí jogando na cara das pessoas. É parte da nossa vida, mas não somos pregadores, entende?

Perfeitamente. Vocês alcançaram tanto sucesso sendo um quinteto, mas agora, sente um gostinho meio doce/amargo depois da separação?
Sim. Com certeza poderíamos ter desistido, ficado frustrados, arrasados e deixado isso tomar conta de nós, mas é muito mais doce ver as coisas que aconteceram nesse ano.

Daria algum conselho para sua versão de 18 anos, vendo onde você está agora?
Eu tinha medo do que as pessoas pensavam, mesmo as próximas de mim. Era tão dependente dos outros e suas percepções de mim. Acho que daria um tapinha nas minhas costas, na minha versão de 18 anos, e diria “Você está indo bem! Sabe quem é e é isso que importa. Continue sendo assim.”

Fotos: Photoshoots @ BEAT Magazine

Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR.

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