Huffington Post: Hayley fala sobre a banda e Miley Cyrus
Por em 18 de outubro de 2013

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Hayley contou ao Huffington Post sua opinião sobre Miley Cyrus, como é ser uma mulher na indústria da música e seus pedidos para o camarim. Confira a tradução:

“É bom puxar seus limites e o novo álbum é inteiro sobre isso — crescer e experimentar novas coisas,” Hayley conta sobre o novo álbum, o qual vão tocar nessa nova turnê em arenas. Ela fala sobre superar a saída de Josh e Zac, através das letras nas novas canções e os novos sons, pop/gospel sob a produção de Justin Meldal-Johnsen. Mas Williams tem experimentado coisas fora do Paramore.

A moça de 24 anos atualmente participou com o DJ Zedd na música “Stay the Night” e agora, se tornou a embaixadora da campanha Pinktober do Hard Rock. No começo dessa semana, Williams contou à Rolling Stone sobre o movimento recente de artistas do sexo feminino que falam sobre sexismo, seus pensamentos sobre música eletrônica e mais.

HP: Você tweetou recentemente para Lauren Mayberry da banda Chvrches. Entre o post dela, o da Grime, falando de sexismo, e o mais recente da Lorde, parece que cada vez mais as mulheres estão falando a verdade sobre suas dificuldades.
Hayley: Amei os posts da Lauren e da Lorde. Acho que é muito legal que tenha tantas garotas iradas no mundo da música. As pessoas tem opiniões diferentes, mas é bom ver elas se juntando para falar de algo que realmente importa. Estou muito animada de ver isso vindo à tona, porque é real. Mesmo minha amiga Mariel, da banda Candy Hearts, postou algo sobre isso e fiquei boquiaberta. Quando eu tinha 16 anos e começamos a turnê, eu parecia uma garotinho de 12 anos sem maquiagem, usava top, uma camiseta de um dos rapazes e usava a mesma calça jeans o mês inteiro. Eu nunca tomava banho, era nojenta e ainda por cima era assediada por caras 10 anos mais velhos. Lembro de estar tocando no North Star Bar (Filadélfia) e um cara gritou “tira a camisa!” tipo umas 10 vezes. Já tinha acontecido antes, mas esse cara parecia super agressivo. Na quinta ou sexta vez, percebi que quem tinha o microfone era eu. Eu tenho o poder aqui. Não tenho que ficar calada. Às vezes, ser forte é deixar que suas ações falem por você, mas dessa vez eu tava tipo, “Eu não tenho que aguentar isso.” ele disse alguma coisa, depois e eu falei mais alguma coisa que superou o que ele tinha dito e finalmente terminou. Mas no final, eu falei “Não gosto de você. Cai fora,” e mandei um conhecido botar ele pra fora.

HP: Acha que a indústria tem sido devagar em relação a encorajar esse tipo de coisa?
Hayley: Não acho que seja tudo culpa da indústria. Tem que vir de dentro de nós, mas agora é o momento propício. É como Sinead O’Connor disse em sua carta, sobre como os homens vão fazer dinheiro em cima de nós e nossas escolhas. Acredito nisso. Sempre foi assim e está na hora da gente falar alguma coisa. Há muitas mulheres iradas, com ótimos pontos de vista, coisas incríveis a dizer que podem encorajar outras e a todos que vão nos shows. Tem algo dentro delas que não são contados nas capas das revistas — ter uma voz e ir contra o sistema é bom.

HP: Vocês está de algum lado nessa briga entre Sinead e Miley?
Hayley: Não posso dizer. Mina avó sempre diz, “Há dois lados, e entre eles, um espaço vazio.” Quado li pela primeira vez a carta de Sinead, eu rebloguei (no tumblr). Foi bacana ver alguém mais velha se preocupando e, achei muito real — ela está preocupada, ela já fez parte do jogo e agora não quer mais fazer. Não acho que ela machucaria alguém de propósito, mas depois de ler algumas vezes, percebi que se fosse eu no lugar, me sentiria envergonhada por ser alguém que eu admiro. Há sentimentos e emoções, e às vezes não pensamos nisso quando vamos tweetar ou falar alguma coisa. Eu ficaria ridícula fazendo o que Miley está fazendo, não me sentiria verdadeira, mas quem sou eu para dizer com certeza absoluta que ela não está sendo quem é? Em algum momento, você tem que aceitar as pessoas como elas são. É maluco pensar no tanto de cartas abertas, conversas e no fundo, estão simplesmente julgando alguém. Essa pessoa está achando seu espaço na indústria e mostrando a tempestade que acontece no mundo Disney. Acho que ela está descobrindo. Eu não conseguiria. Então não posso escolher lados. Só não quero parecer uma idiota que julga todo mundo.

HP: Houveram muitas mudanças no Paramore. Hoje, você acredita que a alma da banda seja você?
Hayley: Não, porque toco com Jeremy e Taylor desde os 13 anos. Taylor não podia fazer parte da banda até que completasse 17 anos. A mãe dele o obrigou a terminar a escola primeiro. Mas ele sempre estava compondo com a gente. Tem música dele em todos nossos álbuns, até esse, no qual ele escreveu tudo comigo. Jeremy estávamos juntos mesmo antes do Paramore. A gente tocava numa banda de funk cover dos anos 70 e 80. Paramore nunca será somente eu. Para quem pergunta “Por que eles são uma banda?”… sempre quisemos ser uma banda. E somos amigos que pensam do mesmo jeito sobre música. Não me imagino fazendo parte de outra banda ou de outro projeto. Foi divertido fazer a música com Zedd mas meu coração é 100% do Paramore.

HP: Pretende fazer mais algumas participações?
Hayley: Não. No momento está difícil para mim, já estou no projeto com Zedd e também tem o Pinktober, algo que é muito importante para mim. Como mulher, nunca fiz algo tão importante. Vamos trabalhar com a fundação durante a turnê também. Estou preparada para outras coisas mas o Paramore é minha prioridade.

HP: Você já era fã do Zedd ou de música eletrônica antes de”Stay the Night”?
Hayley: Sou uma grande fã dele. Não conheço muito desse tipo de música. Jeremy saberia te dizer tudo sobre isso. Lembro de quando era mais nova e estava passeando no Honda dele e ele começava a correr — ele foi preso por um tempo por dirigir muito rápido — e toda vez ele colocava música tecno ou eletromusic. Ele conhece mais coisas do que eu, mas quando ouço “Clarity” do Zedd no rádio, é uma música maravilhosa. É dessa mistura de pop e dance que eu gosto. Zedd é um excelente músico, não sei se as pessoas reconhecem isso. Eu mesma não sabia antes de trabalhar com ele. Ele é perfeccionista ao extremo.

HP: Acha que o Paramore pode escrever músicas mais dançantes no futuro?
Hayley: Nós três curtimos músicas diferentes: Jeremy gosta de batidas dançantes, Taylor gosta de indie e bandas sombrias, e eu gosto de punk rock e pop. Quando começamos a fazer esse álbum, tiveram uns elementos eletrônicos que nos empolgaram. A gente nunca tinha feito antes, então foi inovador. São 10 anos de banda agora, então fazer coisas diferentes é muito legal. Nossos amigos do Dutch Uncles remixaram “Ain’t It Fun” e estamos pensando em deixar outros artistas fazerem o mesmo.

HP: Falando em abrir a mente, vocês pensaram em como essas músicas vão soar nas arenas?
Hayley: Nesse cd, nos preocupamos menos com isso. No passado, era tipo, se não tiver duas guitarras, baixo e bateria, não serve. Então realmente abrimos a mente e criamos algo que soa bem. Taylor teve umas ideias antes, então começamos os ensaios e percebemos que ia ser mais complicado do que pensamos. Realmente puxamos nossos limites. Todos se tornaram melhores músicos e melhores cantores.

HP: Vocês receberam o pop de braços abertos. Sente que há alguma tensão entre ser uma banda punk numa gravadora enorme e estar nesses dois mundos?
Hayley: Viver nessa tensão é meio legal, de certa forma. Nunca fazemos coisas que não sejam verdadeiras para nós. Não iríamos simplesmente jogar pela janela tudo que passamos e as pessoas com quem tocamos só para fazer uma música de sucesso. “Still Into You” tem sido insano para nós. Nos trouxe as oportunidades experiências mais divertidas que já tivemos. Então, sim, estamos abraçando tudo que gostamos na música pop mas com um toque de Paramore. É bom poder olhar debaixo da cerca e ver o do que somos capazes.

HP: Na próxima semana vocês começam sua turnê em arenas. Quais são os melhores pedidos para o camarim?
Hayley: Da última vez que mudamos os pedidos foi quando eu e Taylor começamos a comer menos glúten e queríamos lanches sem glútem. Mas quando éramos uma banda mais legal, a gente costumava a colocar um item surpresa e então pedir um filhotinho para passear conosco. Ninguém nunca atendeu esse pedido.

Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR.

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