Hayley contou ao UT San Diego sobre suas inspirações, a superação da banda e sobre o acidente com o baterista Miles. Confira:
Hayley Williams, a carismática jovem líder do trio pop-punk do Tennessee, Paramore, tem sido uma estrela do rock nos últimos seis anos. Mas quando se trata das suas inspirações atuais, ela cita artistas de gerações anteriores.
“Com 24 anos, estou descobrindo Freddie Mercury pela primeira vez,” disse ela, que toca nessa quarta-feira, dia 23 com sua banda na Viejas Arena de San Diego. “Olho pra ele e como ele se comportava no palco e fora dele e penso: ‘Isso sim é alguém que levou explorou o máximo do seu lado artístico. Não sinto que eu tenho todo esse talento. Mas adoro pensar que poderia, se eu quisesse.”
“Também tenho uma certa ligação com Blondie, por alguma razão, mas só agora depois de adulta. Sempre gostei de Blondia, mas agora sou completamente apaixonada pelo guitarrista e o jeito que Debbie Harry canta usando vozes diferentes.”
Quando perguntada se algum artista atual a inspira, Williams ficou em dúvida.
“Raramente sinto inspiração em músicas novas,” disse ela diretamente de sua casa em Nashville. “Normalmente é só com artistas mais antigos. Tavel seja o mistério, porque muito deles já se foram. Nunca pude ver Blondie ao vivo. Se eu pudesse, teria aprendido milhões de coisas pois eles estiveram em lugares que não estive.”
“Com artistas mais novos, me pergunto: ‘Quanto da indústria musical eles já viram e eu não?’ Eu me importo com a arte. Quero saber: ‘O que levou Queen a fazer o que fez?’ ‘O que fez Siouxie Sioux cantar do jeito que cantava, e porque o tom de sua voz era tão denso e musical?’ Isso é o que me inspira. Então, quando eu canto, penso nesses artistas e não nos que competem com o Paramore nas paradas.”
Williams aprendeu muito, senão um milhão de coisas, quando os dois membros e fundadores da banda – Zac e Josh Farr – saíram em 2010. Isso levou a muitas especulações sobre a razão da saída e acusações de que Hayley e seus agentes mandavam em tudo.
“Foi algo completamente esquizofrênico,” ela relembra. “Houveram dias que me senti mal e com muitas dúvidas e Taylor era quem me levantava do chão. E depois houveram dias em que ele achou que estava tudo acabado e eu era quem levantava ele. Isso é melhor de estar em uma banda com seus amigos.”
“Você tem que trabalhar para que as relações sejam saudáveis, porque não é nada fácil. Tivemos que aprender a apoiar uns aos outros e foi um ótimo exercício para o futuro, para aprender a abrir a mente para o futuro. Eu meio que acostumei com a ideia de que o “Riot!” pode ter sido nosso melhor álbum. Mas estava determinada a fazer o um álbum ainda melhor. Agora que estou sentada aqui, um ano depois é tipo ‘Cara, era óbvio que a gente ia fazer o melhor álbum de todos!’ Não acredito que cheguei a duvidar. Trabalhamos duro e somos fãs do que fizemos. Acreditamos nele e sinto que quem nos apoia é tão parte disso quanto nós.”
Em retrospecto, será que toda a turbulência pela qual a banda passou se refletiu no álbum “Paramore”?
“Olhando para trás agora, fico feliz de ver que subimos o vale e chegamos aos topo da montanha,” respondeu Williams. “Sou grata pela experiência. Perder amigos, membros da banda, no final do dia, isso nos deixou mais forte e ficamos ainda melhores amigos. Quem sabe? Talvez em três anos teremos mais coisas pra encarar.”
No começo do ano, a banda perdeu um membro essencial para sua turnê, o baterista Ilan Rubin. Ele tocou no novo álbum da banda e participou de vários shows do Paramore, antes de voltar pra sua banda anterior, Nine Inch Nails, nessa primavera para gravar um novo álbum e sair em turnê.
“Ilan não é só um dos meus bateristas favoritos no mundo, mas também uma das minhas pessoas favoritas,” disse ela. “Fiquei muito nervosa só de pensar em ter que substituí-lo. Adoraríamos que ele voltasse quando quisesse, mas estamos felizes por ter encontrado o Miles.”
Miles McPherson é o baterista em questão, nada a ver com o pastor da The Rock Church de San Diego. Mas o caminho de McPherson na banda tem sido meio esburacado.
Em agosto, McPherson se machucou feio num acidente com carrinho de golf no qual ele sofreu várias fraturas e queimaduras.
“Quando ouvi que Miles estava na UTI, meu coração parou. Pensei que ele tivesse levado um tiro ou se envolvido num acidente com carro,” lembra Hayley. “Então ouvi que ele estava bem e tinha se metido num acidente com carrinho de golf. Parece coisa de desenho animado. Como é que isso foi acontecer justo com ele? Então comecei a agir como se não fosse nada demais.”
“Quando o vi, meu coração deu um salto, ele estava bem acabado. Mas a família dele é demais e estavam ajudando ele de todas as maneiras. Ele é um dos caras mais durões que já conheci. Se eu fosse ele, eu não conseguiria nem andar.”
Uma das razões pelas quais o Paramore tem tanto sucesso com sua plateia é a habilidade de Williams para convergir seus sentimentos de formal universal nas músicas. Seu foco principal tende ser coisas do coração, assunto que ela consegue expressão de forma muito clara.
Perguntei se ela coloca limites na hora de escrever, para não revelar demais, Williams foi rápida na resposta.
“Não coloco limites,” ela se estressou. “Apenas digo o que eu realmente sinto. Se eu quisessem ser mais direta, eu poderia ser. Mas não sei como eu posso deixar mais na cara do que isso. Apenas escrevo coisas. Elas simplesmente saem de mim e outras eu deixo mais poéticas.”
“Acho que todo mundo tem esses dois lados dentro de si. Todos querem ouvir exatamente o que sentem em uma música. E essas mesmas pessoas podem voltar atrás e querer algo mais artístico, diferente. Eu só faço o que me deixa confortável… Quero que lembrem como se sentiam quando ouviam nossas músicas, espero ter passado a mensagem de que todos podem superar qualquer situação pela qual estão passando. Não sei se estou sendo muito ambiciosa. Só quero fazer músicas que emocionem as pessoas e se conectem com elas. Porque as músicas que eu ouço — e o que eu aprendo com minhas bandas favoritas — fazer com que eu me sinta uma pessoa melhor. Quando escuto coisas desse tipo, me atinge bem na alma. É estranho. Somos uma banda que gosta de escrever músicas pop. Mas só porque viemos de outro mundo, não quer dizer que não podemos escrever músicas que emocionam. Queremos tocar grandes shows e ter muitas canções para que cantem junto. Mas, no final do dia, isso é o que eu mais quero fazer.”
Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR.