Em uma longa entrevista com a Alternative Press, Hayley Williams falou sobre a “The Self-Title Tour” que começa em menos de um mês em Seattle, revelou que teremos uma nova setlist, sobre o novo show que o Paramore está preparando e sobre o PARAHOY!. Confira:
AP: Vamos falar sobre a turnê auto-intitulada, que vai ser a maior turnê norte-americana do Paramore como atração principal, com o apoio do Metric e Hellogoodbye. O que isso traz em termos de pressão? Você se prepara da mesma forma para um show de arena da mesma forma que um show em algum clube?
Hayley: Oh não, não. Nós estivemos planejando essa turnê para o que parece ser toda a minha vida. É uma quantidade enorme de pressão, mas a única coisa sobre a qual eu estou esperançosa é que fazemos o melhor sob pressão — sob pressão intensa. Nós sempre surgimos para a ocasião no último minuto, então eu estou meio que resistindo a isso. Mas o fato é que estamos planejando esse show e Jeremy planejou a produção, ele meio que tomou as rédeas nessa coisa toda e eu coloquei uma setlist que eu realmente amo de verdade e que os caras realmente também amam muito, então imagine isso? Nós três estamos realmente empolgados com a setlist. Tudo parece estranhamente bom, e eu estou esperando o piano a cair do céu, sabe? É apenas desgastante. Há muito movimento nos locais do show, e eu meio que penso nisso tipo.. “Quer saber? Isto é o que nós dissemos que queríamos há muito tempo”. Queríamos fazer esta turnê, queríamos passar por estes lugares e mostrar às pessoas que podemos fazer um show digno delas. Obviamente, Madison Square Garden, que é o que nós falamos tipo, “Nós vamos ter que fazer isso, nós vamos ter que vir com armas em punho, com tudo o que temos.” Então é isso que nós estamos planejando fazer.AP: Você está no meio de uma grande turnê européia e, a julgar pelos setlists que apareceram on-line, vocês já estão tocando uma grande parte do álbum auto-intitulado—cerca de dois terços. Tendo em conta que essa turnê é chamada Self-Titled Tour, devemos esperar uma aparição maior do álbum na turnê norte-americana?
Hayley: Talvez, mas eu não sei porque o que nós realmente gostamos é tentar dar às pessoas algo de cada álbum. Tipo, agora estamos tocando por uma hora e 35 minutos, e de certo ponto, se continuarmos colocando músicas do álbum auto-intitulado, vocês perderão [músicas] do All We Know Is Falling ou vão perder [canções do] Brand New Eyes ou Riot!. Eu não sei se eu estou disposta a perder tanto de tal coisa. Eu acho que temos que reavaliar quando chegarmos em casa depois desta turnê e nos certificar de que temos todas as pontas amarradas e sabermos que nos sentimos realmente confiantes em relação à setlist. Eu estava nervosa para tocar tanto desse álbum, mas, até agora, essas músicas obteram a maior reação — o que é insano. Nós não tivemos isso desde o Riot!: Você sabe.. lançar um novo álbum e, instantaneamente, todo mundo adora as músicas ao vivo, elas dão certo, e simplesmente vamos em frente com isso. Estive realmente surpresa com quase todos os aspectos desse álbum, e é muito divertido.AP: O álbum “Paramore” tem sido muito bem recebido, tanto pela crítica, tanto pelo mercado. Vocês acabaram de comemorar o certificado de ouro para seu novo single “Still Into You”. Esses tipos de elogios ainda pesam muito ou vocês não se preocupam com o número de vendas?
Hayley: Acho que nunca deixa de ser incrível. É sempre bom ouvir isso, mas acho que se começo a me focar nos números acaba sendo demais para mim. Estaria me focando nas coisas erradas. Entre nós três, acho que nenhum de nós se preocupa com isso porque se nos preocuparmos, acaba se tornando uma corrida e acaba a diversão. Descobrimos há dois dias atrás que “Still Into You” virou ouro (nos EUA) e o álbum na Inglaterra. Obviamente, é incrível; é uma honra e muito emocionante. Me deixa ainda mais animada para o resto do ciclo desse álbum, mas não posso ficar parando pra pensar nisso por muito tempo. Tenho que seguir em frente.AP: Falamos numa edição recente da AP sobre como o novo álbum é muito mais desafiador, musicalmente, do que tudo que vocês há fizeram e como haviam algumas complicações que seriam resolvidas durante a turnê. Por exemplo, “Hate To See Your Heart Break” não foi tocada desde aquele primeiro show que vocês fizeram em abril. Houveram outros desafios inesperados que aparecem quando vocês tentaram incorporar as musicas novas na setlist?
Hayley: Sim, sempre fomos uma banda orgulhosa do fato de não ter que usar trilhas, ou nunca ter feito isso ou aquilo. Então adicionamos Jon (Howard) à Honda Civic Tour- e então teve uma parte de mim que ficou meio “cara, isso é uma droga, quer dizer que não estamos tocando, então significa que somos uma banda pior”. Quando Josh e Zac saíram, foi tipo “agora temos 3 pessoas que são mesmo da banda e temos 3 pessoas na banda suporte da turnê que não estão realmente na banda”. Eu tinha todas essas regras sobre como eu achava que tinha que ser. Agora, acho que com esse cd, nós conseguimos. Taylor trabalhou muito duro junto com Justin Meldal-Johnsen (produtor) para criar os sons e as batidas que ele queria. Para ele, é a maior parte do papel dele na banda, e então quando falamos sobre tocar as músicas ao vivo, ele ficou tipo “Vou re-fazer algumas dessas músicas porque quero que elas soem como eu as ouço em minha cabeça”. Ele tem uma visão específica. No começo, tinha um pedaço de mim que achava que isso fazia da gente “menos” ou “sem talento” ou qualquer outra besteira que eu tenha inventado. Agora, temos feito isso o ano inteiro; tocando algumas daquelas músicas com as sequências que o Taylor compôs. Obviamente, há 6 pessoas no palco, e continuamos tocando tudo mas há mais coisas acontecendo. E eu cheguei a conclusão que tem mais a ver com as complicações desse cd e o quão duro Taylor trabalhou como compositor. Acho que minha cabeça mudou. Agora, quando vou assistir a outras bandas que usam esse tipo de recurso, eu não vejo mais como uma fraqueza. Eu penso “provavelmente há uma razão específica para isso, e soa muito, muito bem.”. A menos que alguém esteja lá simplesmente fingindo tocar seu instrumento, aí é completamente diferente. Mas se todos nós estamos no palco dando o nosso máximo, de coração, e tem tipo uma melodia no teclado que o Jon não tem tempo de tocar ou uma melodia vocal que eu realmente quero ouvir, tipo uma harmonia mais aguda ou algo que seja difícil de eu aprender, mas agora eu simplesmente amo. Estamos dando às pessoas um show que cada um de nós temos muito orgulho e que soa insanamente bem. Isso é algo para o qual trabalhamos muito duro. E ainda é recente, mas é uma sensação ótima. Esse cd, desde o começo do processo de composição até agora, tocar essas músicas ao vivo tem sido uma viagem para mim, e tem sido legal ver as coisas que conseguimos fazer, até onde levamos nossa imaginação e ser mais mente aberta.AP: Você sempre foi conhecida pelo seu estilo e sua atitude no palco. Se preparar para os shows dessa turnê que está por vir, que têm nomes de bancos e companhias telefônicas-esse é o tamanho da importância dessa turnê- você está pensando nisso como uma coisa meio “teatro musical”? Você tem que se projetar nos assentos mais baratos, em termos de maquiagem e roupas? Haverá videos na produção para tirar um pouco do peso?
Hayley: Acho que sim, então penso que uma parte disso já está resolvida. Me encontro, nesse último um ano e meio, em um momento super-Siouxsie And The Banshees- é tudo que eu tenho escutado. Estávamos tocando com The Cure então pensei, “Que melhor momento para usar essa maquiagem do que agora?”. Foi o que eu fiz, e foi uma das primeiras vezes que eu usei calça de látex e fiz uma maquiagem maluca. Me diverti muito fazendo aquilo, isso vindo de uma pessoa que até seus 19/20 anos só usaria jeans e uma camiseta no palco. Toda noite é diferente: se eu não tenho vontade de parecer insana, ou usar maquiagens selvagens ou arrumar o cabelo, usar látex ou qualquer outra porcaria, então uso. É o mesmo toda manhã quando acordo em casa: acordo e simplesmente uso o que estou afim. Há uma certa responsabilidade nisso, e eu sei. Com todas essas pessoas pagando para ver o show, eu sempre quero parecer e soar como se estivéssemos tocando um bom show. Por outro lado, não acho que quem vem aos nossos shows querem que eu pareça a Lady Gaga. Eles conhecem Paramore, eles me conhecem, e é isso que eles vão ter. Eles terão um show do Paramore. Provavelmente farei coisas malucas com meus olhos ou minha maquiagem, e provavelmente usarei calças de látex novamente, sabe, vou me divertir com isso. É uma turnê que só acontece uma vez na vida e eu me certificarei que vamos dar o melhor, o mais louco show que pudermos. Tenho esperanças que meu guarda-roupa não seja o foco principal.AP: Toda a informação sobre a “Self-Titled Tour” termina com “mais datas a serem anunciadas”-o que sempre é muito empolgante para aqueles que moram nas cidades que ainda não estão na rota da turnê. Haverá mais datas na América do Norte num futuro próximo?
Hayley: Nós literalmente trabalhamos com o mesmo agente desde criança, e somos muito próximos dele. Nesse ponto, eu ligo para ele lá pelas duas da manhã e pergunto “Okay! O que vamos fazer sobre isso?”. Tipo, temos um show em Salt Lake City que temos que repor porque eu estava vomitando minhas tripas quando deveríamos estar tocando lá na primavera passada. Nossa agência de agendamento é realmente sensacional; eles sempre dão um jeito nos nossos horários. É a primeira vez que temos um ciclo de um álbum no qual não temos um ano e meio de datas marcadas com antecedência. Tudo que temos é concreto e está marcado até o Parahoy. Nós obviamente não queremos nos esgotar e ficar sem tempo para relaxar um pouco e ficar com nossas famílias em casa. Acho que o máximo que ficamos em casa esse ano foi umas duas semanas, incluindo o Teen Choice Awards e ensaios. Há muito lugares que precisamos ir-mesmo fora dos EUA-que nunca fomos ou que não vamos há muito tempo. Eu diria que para o clico desse álbum, não há um fim a vista, estaremos em turnê até chegar a um fim e não vejo isso acontecendo por muito tempo. Estaremos em turnê por muito tempo.AP: Parahoy! tem um ótimo lineup, a propósito, parece incrível e eu mataria para ir. Acho que fizeramo um ótimo trabalho reunindo tantos talentos para isso.
Hayley: Obrigada! Sim, me sinto bem por isso. Estou muito empolgada com os Bad Rabbits. Há tantas bandas; mal posso acreditar. Queria que fosse uma turnê, através do mundo. Se desse para ter Tegan And Sara e New Found Glory em todas as nossas turnês, para o resto da vida, eu não me importaria nem um pouco.
Tradução e adaptação: Equipe do Paramore BR.