Antes de subir ao palco do Espaço das Américas na semana passada, o Paramore cedeu várias entrevistas, e uma dessas foi para a MIX FM. Confira a entrevista e fotos publicadas por eles:
Como vocês administram a amizade de vocês? Vocês costumam brigar?
Hayley: Nós já passamos por coisas doidas, nós tocamos juntos há muito tempo, quase 8 anos. Nosso primeiro álbum saiu há 8 anos atrás. Nós tivemos nossos altos e baixos e houveram momentos que as coisas ficaram tensas, mas nós 3 superamos e acho que estamos nos saindo super bem. Eu sinto que na maioria das vezes não podemos evitar sermos próximos porque nós estamos juntos o tempo todo, nós temos que nos dar bem em um certo nível. Mas nós realmente gostamos de ficar juntos, o que é incrível e é legal porque nem sempre temos outra opção quando estamos em turnê (risos). Então é bom, e eu acho que o principal é a comunicação em um relacionamento, você tem que ser honesto. E em uma banda num é diferente, eu juro, é mais que um casamento. É tanto comprometimento, tanto tempo passando juntos e o único jeito disso funcionar é sendo realmente honesto um com o outro. Temos que funcionar como um só, contanto com que continuemos sendo nós mesmos, tudo funciona.Qual é a melhor e a pior parte de estar em turnê?
Taylor:A gente está aqui para fazer música e nos conectarmos com nossos fãs, e eu acho que quando isso acontece, é definitivamente o que nos dá energia e nos faz continuar. Sempre tem pontos altos: os shows em si, o meet & greet ,que é quando fazemos contato olho-no-olho com os fãs, e a multidão que canta junto…São por esses os momentos que nós fazemos isso.
E a pior parte é não estar em casa (risos). Nós todos amamos nossas casas, e acho que quando ficarmos velhos, nosso relacionamento com nossa família e nossos amigos vai se fortalecer. Fica cada vez mais difícil a hora de sair de casa, mas vale a pena.Vocês acabaram de lançar um álbum novo. Qual a diferença entre o último CD e esse? O que mudou no Paramore?
Hayley:Tudo mudou (risos). Para o bem claro, em minha opinião, foi tudo para o melhor. Quero dizer, quando começamos nós éramos muito novos e tudo o que a gente queria era fazer música e viajar pela América pela primeira vez. A gente nem sabia que ia acabar conhecendo o mundo todo!A maior diferença é que nós abrimos nossas mentes. Eu acho que nós estamos com a mente mais aberta hoje do que quando tínhamos 16/17 anos. Estamos nos dando menos limites, estamos abertos às possibilidades. O novo CD é um bom exemplo para que nós continuemos abertos e famintos. Esse novo álbum nos ensinou muito, nos ensinou que somos capazes de muito mais do que imaginávamos. Quando saímos pela primeira vez em turnê, com o disco “All We Know is Falling” em 2005, nós éramos tão novos e tudo o que nós queríamos era nos curar com esse CD, e eu acho que a gente nem sabia exatamente o que a gente era. Nós só éramos uma banda.
E agora, a música que nós fazemos é mais intencional, estamos tentando novas coisas e tudo parece mais artístico. Como artistas, isso é como cada um de nós quer se expressar.Ainda falando no novo CD: vocês colocaram muitas cores no álbum e no clipe. Isso foi proposital? Vocês queriam passar uma mensagem com isso?
Hayley:Sim, com certeza! O último CD que nós lançamos, “Brand New Eyes”, foi bem sombrio pra gente. Não que todas as músicas fossem pesadas, mas nós, como pessoas, estávamos tristes e bravos ao mesmo tempo. Foi uma era sombria para nós, como banda.Então nós queríamos algo que mostrasse o contraste do modo que nossa vida está agora, como Paramore. Nós estamos muito mais felizes, mais livres. E uma ótima maneira de mostrar isso visualmente, é com as cores. Todos os vídeos e as artes que colocamos no álbum novo, são para mostrar o modo como nos sentimos agora.
Vocês tem algum ritual antes de entrar no palco?
Jeremy:Sim. (muitos risos) Eu acho que os nossos rituais estão crescendo com a nossa idade. Antes a gente só rezava antes do show, se abraçava…E agora nós nos aquecemos, colocamos bandagens pra não nos machucarmos o tornozelo, fazemos exercícios…Tudo pra gente se exercitar e ficar em forma, porque estamos ficando velhos (risos).Hayley- É, estamos ficando velhos! (risos)
Jeremy: é, estamos ficando velhos e começando a desmontar em cima do palco, então acho que nossos rituais agora são mais pra ficarmos mais preparados fisicamente pro show.
Hayley: a gente não brinca de brigar, mas parece que estamos nos preparando pra uma luta. a gente é quase atletas agora, eles colocam ataduras nos tornozelos pra não torcer durante o show e eu fico aquecendo por muito mais tempo…está ficando louco isso.
Nós temos uma promoção rolando, em que pedimos para os fãs escreverem uma fanfic, imaginando como seria quando conhecessem vocês. Vocês já tiveram algum momento especial com um ídolo?
Sim. Há quase 1 ano atrás, nós participamos de um festival na Inglaterra. E a razão de estarmos tão animados é que o The Cure ia se apresentar também. E The Cure é a minha banda favorita de todos os tempos, da minha vida toda. O CD que estávamos produzindo na época, que é esse CD novo de agora, teve inspirações de bandas como The Cure, do mesmo tipo new wave.
E eu estava me sentindo tipo “Nós vamos conhecer Robert Smith e vai ser incrível!” (risos). E nós conhecemos. Nós tocamos, e Taylor e eu descobrimos que ele estava por perto, então nos fomos atrás. Daí a gente o conheceu, conversamos com ele por volta de 20 minutos, tiramos foto, pedimos autógrafos. Ele assinou minha camiseta e eu ainda tenho e uso ela! Ele foi tão legal, e eu acho que pra sempre ele será minha pessoa favorita do mundo inteiro.Quando vocês pensam em “Brasil” o que vem à mente de vocês?
Hayley: Bom, a primeira coisa de todas é o UFC (risos), porque alguns lutadores de UFC daqui são muito bons. Brincadeira! (risos). Nós temos fãs loucos por aqui, nossos shows são sempre muito intensos e loucos. E é bom porque querendo ou não, nós lançamos musicas que soam “pop” ou soam como músicas “rock” e nós as colocamos em um show de rock n roll, que é bem “físico” e muito barulhento e “pesado”. E nós gostamos disso, porque esse é o tipo de coisa que nós crescemos ouvindo, indo nesse tipo de shows pesados. Nós gostamos desse tipo de reação dos fãs no show.Quando nós vamos a uma cidade que o público não é tão louco, não grita tanto, e não se expressa, é difícil de fazer o show porque precisamos da energia. E aqui tem sempre essa energia louca e nos ajuda a fazer com que o show continue.
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