Agora um trio, Paramore ressurge da agitação com um catártico e criativo novo set.
De vez em quando é verdade: o que não te mata de torna mais forte. Apenas pergunte ao Paramore. Dois anos atrás, com o sucesso fortemente em vista, dois membros-chave da banda saíram. Os remanescentes – a vocalista Hayley Williams, o baixista Jeremy Davis e guitarrista Taylor York – estavam cercados pela deserção, incertos sobre o futuro.
“Sentimos todos os tipo de emoções,” diz Williams sobre perder os 2 integrantes. “Estávamos com raiva, tristes, desesperançados – mas ao mesmo tempo nos sentimos mais determinados do que nunca. Havia um fogo incandescente dentro de todos nós!”
M&M: Como ocorreu a aproximação para realizar o álbum?
WILLIAMS: Queríamos tentar coisas novas, sair da nossa zona de conforto. Sentimos que se não aproveitássemos essa oportunidade agora, talvez ela não aparecesse novamente. Havia uma desculpa para essa mudança – a saída de Josh e Zac – e queríamos tirar vantagem disso. Mas no início era assustador – principalmente nas primeiras músicas. Estávamos escrevendo coisas que não estavam de acordo com o que pensávamos que o Paramore deveria ser. Mas no final tudo se transformou no que é agora, e que se parece com o Paramore. Há novos sons, e estamos tentando tocar diferentes gêneros, mas ainda se parece com a nossa banda.M&M: Você e o Taylor já haviam escrito juntos na adolescência. Isso ajudou?
WILLIAMS: Verdade, mas dá pra contar nos dedos de uma mão as vezes escrevemos juntos desde então. Taylor e eu não tínhamos muita experiência. Estávamos muito nervosos e inseguros sobre nossas habilidades e sobre o que sairia no final. Taylor é tipo um cientista maluco. Você pensa que não tem nada acontecendo com ele, então você entra no estúdio dele, ele vai começar a apertar a barra de espaço do computador enlouquecidamente e essa músicas vão começar a brotar. Ele se isola por uns tempos para trabalhar em algo, e ele escuta coisas que eu e Jeremy nunca ouviríamos.M&M: Qual música mais surpreendeu vocês?
WILLIAMS: “Ain’t It Fun.” Tínhamos acabado de nos mudar para LA para a pré-produção e estávamos travados nas composições. Eu acabei ouvindo um som estranho no computador. Fiquei tipo, “que que foi isso?” Parecia Siouxsie and the Banshees encontrando Paula Abdul, um riff estranho. Passamos 30 minutos misturando ideias que estavam vindo na minha cabeça. Na hora em que saímos, eu tinha o verso e o pré-coro escritos. Mais tarde o Jeremy veio e escreveu as linhas de baixo. Quanto mais esforço colocávamos, mais as músicas se transformavam em algo inesperado, algo que nunca pensaríamos escrever. No final, acabamos tendo um coral gospel. Foi uma música muito divertida de se misturar as partes.M&M: Vocês vão incluir um baterista na banda?
WILLIAMS: Estamos conseguindo amar a ideia de a banda ser apenas nós três. Depois de 2 anos com nós três trabalhando no álbum e fazendo o tanto de tours que fizemos, isso parece ser o correto. Nesse tour nós temos, Ilan Rubin na bateria – ele fez o álbum conosco. E também temos Justin York, irmão do Taylor, tocando o violão de base em várias músicas acústicas. Também temos Jon Howard, que participou do tour com a gente, tocando teclado. São 6 pessoas no palco – mas a banda, somos apenas nós três.M&M: Você consegue visionar o futuro da banda?
WILLIAMS: É da minha natureza fazer isso. Eu tenho que me conter e ser realista. Depois de tudo o que passamos, eu estou bastante otimista. Sinto como se ainda tivesse muita coisa para acontecer até desacelerarmos novamente. Parece que a banda está começando novamente, e para os próximos anos temos um trabalho muito árduo. Somos fãs do que estamos fazendo agora. Isso é importante.