Hayley Williams é entrevistada pelo The New York Times
Por em 16 de abril de 2013

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A entrevista que Hayley Williams cedeu para o renomado jornal “The New York Times” falando sobre a saída de dois membros da banda e as suas inspirações foi publicada na versão online e física do mesmo no último dia 14. Leia a entrevista completamente traduzida por nós do Paramore BR a seguir:

Amadurecendo sob uma dieta musical de Presley e Blondie

A banda de punk-rock do Tennessee, Paramore, liderada por Hayley Williams, está tentando uma reintrodução. O que é necessário. O quarto álbum, recém-lançado pela Fueled By Ramen, precede dois anos de turbulência em que os irmãos Farro, após 9 anos, saíram da banda. Em seu blog, Josh Farro chamou o Paramore de “um produto produzido em prol de uma marca maior” e acusou Hayley de monopolizar os holofotes. Ela defendeu a banda e sua autenticidade na MTV. (Zac Farro depois disse que seu irmão tinha arrependimentos quanto ao post.)

Agora os membros remanescentes se reagruparam, trabalhando com o produtor Justin Meldal-Johnsen, que já gravou com Beck e M83. “Ele deixou que fôssemos a banda que precisávamos ser, e meio que acalmou essa nossa tormenta,” disse Williams. “E descobrimos que quando quando nos esforçávamos menos e tínhamos menos medo de nossas influências como músicos, os limites se expandiam.”

“Se você ainda não ouviu nenhum álbum do Paramore,” ela acrescenta, “comece por esse e não pelo primeiro.”

No último ano, Hayley, de 24 anos, também se mudou de Nashville e alugou um apartamento em Los Angeles, em parte para poder ficar perto de seu namorado, Chad Gilbert, guitarrista da banda New Found Glory. Mas ela está ansiosa para estar na estrada de novo, mesmo nos menores palcos em que começou.

“Obviamente não foram só rosas ter viajado de van por tantos anos; isso foi um trabalho duro,” ela disse. “Eu me lembro que minha bunda ficava dormente de ficar tanto tempo sentada na van. Mas eu sou uma pessoa super nostálgica. É uma energia velha muito boa de sentir.”

De folga do tour, em Londres, ela falou com Melena Ryzik sobre a recente divisão e sobre a inspiração em Elvis. Estes são trechos da entrevista.

NYTIMES: Como foi compor sem Josh e Zac?

H: Começamos a escrever, e estávamos fazendo coisas que já fazíamos antes, e era muito chato. Não havia inspiração. Me lembro de mostrar ao Taylor uma melodia aleatória que salvei nas gravações de voz, e transformamos isso em uma música chamada “True”. E foi como se esse tipo de sonoridade gostasse do Paramore. Tínhamos 23 músicas que pareciam como se tivessem vindo de pais diferentes. Estamos com dois homens a menos, e algo imprevisível teve que acontecer.

NYT: O que você ouve para obter inspiração?

H: Eu geralmente gosto de muita música mais antiga. Se estou ouvindo algum novo hit, é por causa do Taylor. Estava ouvindo a Shirelles e Angels, que são minhas favoritas, e até mesmo Blondies e Ramons e esse período do punk-rock. Eles estavam compondo músicas pop, mas que eram tocadas por bandas punk. Todo dia no carro era tipo, “por que eu não posso tocar “Heart of Glass”? Finalmente escrevemos uma música chamada “Daydreaming”, que é totalmente inspirada na “Dreaming”, do Blondie, porque não conseguia pensar em título melhor.

NYT: Como você lidou com o despedaçamento da banda?

H: Eu estava tentando negá-lo por um tempo. A primeiro música que fizemos o demo foi “Proof”, uma música de amor. Apenas queria me distanciar completamente da situação. Eu percebi que nós três estávamos lidando com isso. Percebemos rapidamente que cada um de nós precisava do outro para se reerguer. Estava tentando ser intencionalmente não amarga e com raiva, mas usando a esperança de que tínhamos um futuro, como combustível, e para me incendiar por dentro.

NYT: Você cresceu muito nesse período?

H: Ele me lançou para a maioridade. Tudo que aconteceu, começando com aqueles caras saindo da banda. Foi o final daquele sonho cor-de-rosa que eu tinha quando criança: Nós seríamos uma banda, que se chamaria Paramore, e sairíamos pelo mundo e o dominaríamos. Eu olho para isso tudo agora e me pergunto: “teria eu crescido se tivesse perseguido esse sonho impossível?” Eu olho para as fotos de nós de três meses depois do rompimento e parecemos bebês. E agora eu olho para as fotos e penso “o Taylor já é um homem”. Não sei se pareço mais velha, mas eu me sinto mais velha. Você tem uma escolha: Você deixa isso te tornar amargo e manchado, ou isso vai te lapidar e te transformar em algo mais refinado.

NYT: Você tem um estilo muito poderoso como líder feminina. Você tem algum modelo?

H: Eu cresci assistindo a muitas bandas mais pesadas tocarem, algumas bandas de hardcore e algumas de metal e gostava daquela energia – cantores como Josh Scogin e Norma Jean. Agora eu olho para pessoas como Freddie Mercury e fico tipo “como uma pessoa consegue fazer aquilo?” Também sou muito inspirada por Elvis. Eu meio que cresci com ele. Meu avô, sua tia ou tia-avó, cuidaram do Elvis quando a mãe dele morreu. Meu avô era completamente obcecado. Ele tinha um monte de raridades do Elvis. Me lembro de procurar Elvis e Johnny Cash no Youtube quando não conseguia dormir. Quão legal deveria ser tocar em shows como aqueles? Demora muito para se crescer numa época em que as pessoas não estão balançando o quadril na frente da tv e, então, criarem audácia para começarem a dançar.

NYT: O que você acha de ser chamada de “emo”?

H: Aos 16, 17 anos, eu odiava. Agora que tenho 24, tenho tentado trazer isso de volta. Emo, para mim, na adolescência, eram bandas como Sunny Day Real State. A maioria dessas bandas tá tinham acabado quando consegui ter os álbuns deles. Eu penso nisso como sendo algo emocional, eu queria escrever músicas emotivas. Então eu digo, vamos resgatar isso de volta. 

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