Matéria da The Guardian traduzida
Por em 27 de janeiro de 2013

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A grande revista The Guardian tem nesta última edição o Paramore como capa. Sendo o destaque da revista, houve uma longa matéria contendo uma breve entrevista com os integrantes da banda, na qual é revelado alguns detalhes de músicas do novo álbum e da grande reviravolta que a banda teve que tomar para passar por cima das dificuldades! O título da matéria é “Paramore: Sem mais Negócios da Miséria”. Será?! Confira a entrevista traduzida, abaixo:

Em 2010, Paramore teve de tudo. Eles saíram do emo-teen punk-poppers para o estádio cheios de bandas de rock na qual seu terceiro álbum, Brand New Eyes, tem alcançado o segundo lugar nas paradas da Billboard. Eles tocaram no festival Reading and Leeds, colados entre Blink-182 e Weezer. Eles tinham um exército dedicado aos jovens fãs que se penduravam em cada post de seu blog, que eram muitos. Mas nem tudo estava bem. Uma divisão traumática era emitente, e um poder maior estava por trás disso.

Uma breve recapitulação: Paramore se reuniu quando adolescentes em Franklin, perto de Nashville, em 2005. Eles lançaram dois álbuns em uma rápida sucessão, movendo-se do circuito punk-garagem para shows maiores de rock quando tinham 18 anos. Eles eram da crista da onda emo, mas a orelha deles para uma melodia os levantaram para cima de suas franjas pretas e delineadores contemporâneos, e a presença da faísca da vocalista Hayley Williams os deixaram destinados à coisas maiores.

A banda estava praticando o Cristianismo – não tão comum na fraternidade Rock ‘n Roll – mas relutantes para se auto-definirem cristãos. “Nós somos cristãos, mas não uma banda cristã”, o guitarrista Josh Farro disse. Hayley levou para o Livejournal agonizando todos por uma linha do hit Misery Business, “Deus, isso é tão bom (God Does It Feels So Good)”, recusando a se protestar. “Você não precisa acreditar no que eu acredito e ninguém do Paramore jamais sairá por aí forçando a nossa fé na vida das pessoas”, ela escreveu.

Como seu segundo álbum, Riot!, explodiu, as tensões dentro da banda começaram a entrar em erupção. Paramore tinha sido construído em torno do núcleo Hayley e Josh. Eles eram um casal para muitos em seus primeiros dias, mas como a maioria dos romances teens, não durou. Em 2008, uma turnê europeia foi subitamente puxada. “Há uma série de questões internas que vêm acontecendo à banda por um bom tempo agora”, Hayley escreveu na época em um post para os fãs. “Talvez um dia nós te diremos toda a história mas, por agora, apenas saibam que nós cinco vamos trabalhar duro para consertar isso.”

Era como se todos do Paramore estivessem fazendo algum exame de consciência. Duas semanas antes do hiato, Josh havia retratado uma insatisfação de como eles eram tratados pela mídia. “Nós somos uma banda. Não é a apenas Hayley; não é a banda dela. Só porque ela é a vocalista não significa que ela é a única envolvida”, ele disse. Seus fãs, naturalmente, pediram para que a banda não fosse assim algum dia, e por um tempo, eles seguraram isso juntos. Eles rapidamente gravaram o álbum de 2009, Brand New Eyes, um musculoso e liso álbum de rock que se solidificou no mainstream. Comercialmente, eles se tornaram maiores do que nunca. Mas isso não era sustentável. Hayley, por sua própria admissão, havia montado alusões ao relacionamento fracassado nas letras de Brand New Eyes, mas a banda, ansiosos para continuar trabalhando, abaixaram suas cabeças e deixaram isso para lá.

No ano seguinte, no final do verão, Josh e seu irmão Zac disseram aos outros que estavam indo embora. Hayley e o restante dos membros, Taylor York e Jeremy Davis, divulgaram o comunicado: “Nós queremos que Josh e Zac façam algo que os deixem contentes, se isso não é aqui conosco, então apoiamos que eles encontrem a felicidade em outro lugar.”
Isso era pra ser o fim de tudo. Não foi. Fora da tristeza, Josh postou 1500 palavras em seu próprio site criticando tudo, desde a forma como a banda tinha sido colocada juntos para as letras de Brand New Eyes, o que ele considerou ímpio.

“Por exemplo, ‘a verdade nunca me libertou’, que contradiz o que a Bíbilia diz em João 8:32 (‘e vós sabereis a verdade, e a verdade o libertará’).” Ele disse que “a oração e conselho” levou-os para a sua decisão de sair. O post acabou, “Toda a glória à Deus”. Hayley, Jeremy e Taylor ficaram atordoados.

“Foi… Nojento, honestamente”, diz Hayley, com um claro olhar de desânimo. E dois anos mais tarde, a banda está em Londres para anunciar o lançamento de seu quarto álbum, seu primeiro como um trio. É chamado “Paramore” e deve sair em abril.

“Foi muito difícil morder nossas línguas”, diz Taylor, que está furiosamente rabiscando uma tartaruga com olhos de lesar e evitando qualquer contato com os olhos. “Nós passamos muito tempo com eles, e realmente os amamos, era uma sensação estranha de… Eu não sei. Eu quase me senti como, por esse período todo, nós não os conhecemos. Nós tínhamos um monte de emoções negativas.”

Jeremy admite que todos eles foram tentados a retaliar, mas eles se seguraram: “Nós todos nos revezamos para estarmos chateados, sendo a pessoa que está tentando controlar isso. Como, ‘não diga nada’…”
Quando perguntado se eles eram sempre otimistas que poderiam continuar como um trio, houve uma longa pausa. Rascunho de Taylor…

“Ummmm”, disse Hayley. “Nem sempre”. Silêncio.

Taylor olhou para cima: “Honestamente, foi muito assustador. Foi tão esmagador. Nós tínhamos toda essa força, finalmente um sistema, no entanto, era muito disfuncional e tudo foi embora. Isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a nós mas no momento não sentíamos isso.”

A divisão é, obviamente, ainda crua. Eles falam de “viver em negação” promovendo Brand New Eyes, até que, como Hayley coloca, “Tudo simplesmente se quebrou, e a tensão havia ido embora”. Eles não falaram com os irmãos desde o post que os ofendia. Hayley não sabia se eles conversariam novamente. “Eu acho que no momento, eu sou muito grata por tudo o que aconteceu, como eu poderia estar com raiva?”. Ela desenhou uma analogia: “Imagine estar em um relacionamento. Você se quebra com isso. Você fica totalmente chateado. Então você conhece o homem dos seus sonhos. Você continuará a ser um idiota?”. Ela encolhe os ombros: “Nós estamos felizes agora, e é isso que importa.”

Que a felicidade se manifeste em seu novo álbum, uma besta pop enorme cheia de palmas e coros gospel com órgãos que é um pouco dos meados dos anos 90 do No Doubt. É produzido por Beck e o ex baixista do Nine Inch Nails Justin Meldal-Johnsen AKA JMJ que da última vez em que ouvimos estava puxando os botões para M83 com pressa, em “We’re Dreaming”. Eles foram conhecê-lo, pensando que ele seria “legal para a nossa banda”, e se deram bem. Enquanto em alguns aspectos, o álbum seja uma partida, não é uma volta completa, acrescentando sinos otimistas e assobios, e um senso de ambição palpável. Uma nova canção, “Ain’t It Fun”, parece como se Alexander O’ Neal tivesse acabado de descobrir o catálogo de “Refuse”.

Talvez esta mais direita sensação do pop – você pode definitivamente dançar com “Ain’t It Fun” – é uma opção prática tanto quanto uma artística. Afinal, Paramore tinha uma base de fãs adolescentes em grande parte. Eles foram vagamento alinhados com os gostos do Fall Out Boy e Panic! At The Disco, ainda que sempre tiveram alguns ouvidos mais melodiosos. Agora, esses fãs ficarão em seus 20 anos, assim como a banda (Jeremy é casado, passa a maior parte da tarde mostrando vídeos de seu celular de seu novo cão). As coisas mudaram.

“Emoooooo!”, Hayley grita. “Eu coloquei uma foto de presente no meu Twitter: ‘Ninguém mais diz Emo.’ Eu vou trazer isso de volta!”, brinca ela.

“Jeremy reconhece que tinham considerado isso: “Depois que comecei a escrever coisas estranhas como ‘Ain’t It Fun‘, nós ficamos nervosos. Nós crescemo e nós não gostamos mais das mesmas músicas que gostávamos, então por que nossos fãs também não mudariam? Essa ideia nos manteve empurrando nós mesmos.”

No pasado, com “todaas as coisas do drama da banda”, não teriam sido capazes de fazer esse álbum. “Com cinco pessoas, era mais difícil manter um compromisso”, Taylor recorda. “Esta é a primeira vez que fui capaz de jogar uma ideia fora como ‘Cara, seria legal ter um coral gospel’, e não levar um tiro.”

“Como eu fiquei mais velha, eu aprendi que eu realmente não me importo se algo que eu amo seja o mais legal”, diz Hayley. “‘O que você está ouvindo?’ ‘Uh, The Smiths?’ Não. Basta dizer-lhes que você está ouvindo as velhas canções de Shania Twain.”

Fonte

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